IPCA-15 desacelera e fecha janeiro em alta de 0,31%, abaixo do esperado

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete registraram alta em janeiro; a maior variação (1,53%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram de Alimentação e Bebidas

Roberto de Lira

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O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, interrompeu a tendência de aceleração observada desde outubro e fechou o mês de janeiro com alta de 0,31%, informou nesta sexta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado veio abaixo do esperado pelo consenso da LSEG, que era de inflação mensal de 0,47%.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,47%, ante os 4,72% observados nos 12 meses até dezembro. Para essa leitura, o consenso dos analistas estava em 4,63%.

A prévia da inflação estava em processo de aceleração desde outubro, quando subiu 0,21%, seguido por 0,33% em novembro e 0,40% em dezembro.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete registraram alta em janeiro. A maior variação (1,53%) e o maior impacto (0,32 p.p.) vieram de Alimentação e Bebidas.

O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,56%) acelerou em relação ao mês anterior (0,14%), enquanto Habitação (0,33%) registrou alta menos intensa em janeiro. O grupo Transportes caiu 1,13% em janeiro e contribuiu com -0,24 p.p. prar o indicador do mês. As demais variações ficaram entre a queda de 0,03% de Comunicação e a alta 0,56% de Despesas Pessoais.

Alimentos e Bebidas

No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro. Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (25,95%), tomate (11,19%), arroz (5,85%), frutas (5,45%) e carnes (0,94%).

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A alimentação fora do domicílio (0,24%) desacelerou em relação a dezembro (0,53%). Tanto a refeição (0,32%) quanto o lanche (0,16%) tiveram variações inferiores às do mês anterior (0,46% e 0,50%, respectivamente).

Saúde

Em Saúde e cuidados pessoais (0,56%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%) e pelos itens de higiene pessoal (0,58%). Destacam-se as altas do desodorante (1,57%), do produto para pele (1,13%) e do perfume (0,65%).

Habitação

No grupo Habitação (0,33%), o resultado da energia elétrica residencial (-0,14%) foi influenciado pela incorporação de alterações nas alíquotas de ICMS em Recife (1,56%), Fortaleza (-0,18%) e Salvador (-3,89%), a partir de 1º de janeiro, bem como pela apropriação residual do reajuste de -1,41% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,32%), a partir de 22 de novembro.

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Transportes

No grupo Transportes, houve queda na passagem aérea, subitem com maior impacto individual no índice do mês (com variação de -15,24% e impacto de -0,16 p.p. no indicador).

Em relação aos combustíveis (-0,63%), houve recuo nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%), enquanto o gás veicular (2,34%) registrou alta. O subitem táxi apresentou alta de 0,69% devido aos reajustes, a partir de 1º de janeiro, de 4,21% no Rio de Janeiro (1,97%) e de 4,61% em Salvador (2,18%).