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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,58% em janeiro frente dezembro, acima da projeção dos economistas consultados pela Refinitiv, de alta de 0,43%.
Na comparação anual, a alta foi de 10,20%, também acima da inflação de 10,04% estimada.
Na avaliação de economistas do mercado financeiro, embora tenha desacelerado em relação à alta de 0,78% no mês anterior, o dado divulgado nesta quarta (26) ainda é negativo e reforça as apostas de elevação da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para 10,75% ao ano – em linha com o projetado pelo relatório Focus, do Banco Central. Atualmente, a Selic está em 9,25% ao ano.
“Além de um quantitativo ruim, os dados ainda mostram um cenário bastante desafiador para inflação. Serviços e bens industriais continuam a indicar que as pressões provenientes dos gargalos na cadeia de suprimentos e da reabertura da economia se mantém relevantes”, aponta Luca Mercadante, economista da Rio Bravo.
O economista avalia ainda que, com a chegada da variante ômicron ao país, as restrições na oferta devem fazer com que a pressão sobre esses preços perdurem. “Esse dado, ainda que indique uma inflação ainda desafiadora para economia brasileira não deve, pelo menos para a próxima reunião do Copom, mudar os rumos esperados da política monetária.”
A opinião é compartilhada por Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais, que diz esperar uma elevação de 150bps na Selic em fevereiro.
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Segundo ele, o IPCA segue com uma composição desfavorável, com acelerações disseminadas e recuos concentrados. A queda em Transportes observada em janeiro, diz, não deve se repetir nos próximos meses, dada a defasagem da gasolina e a dinâmica das passagens aéreas.
Por outro lado, a avaliação é de que as pressões sobre as medidas subjacentes, tanto de indústria quanto de serviços e núcleos, apresentam relevante persistência.
“Essas surpresas adicionam risco altista à nossa projeção para o IPCA fechado de janeiro, atualmente em 0,37%”, diz.
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Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA, avalia que o resultado parece dificultar um discurso mais “dovish” (de manter os juros em um patamar mais baixo) do Copom, que se reunirá na próxima semana.
Para o encontro de março, Nishimura aponta que existe mais dúvida com relação à trajetória dos juros, com maior precificação pelo mercado de uma redução do ritmo, para alta de 1 ponto.
Já Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, afirma que o cenário atual exige cautela.
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Em relatório, ele escreve que a inflação, além de muito alta, está altamente disseminada. Além disso, ele cita um risco crescente de que os mecanismos retroativos de fixação de preços e salários (com a redefinição de contratos salariais incorporando ajustes de custo de vida) mantenham a inflação crescente inercial (fixa).
“O atual cenário desafiador de inflação e o pivô ‘hawkish’ [favorável a juros mais altos] do Fomc exigem uma calibração conservadora da política monetária.”