IPCA-15 acelera para 0,33% em novembro, acima do esperado, diz IBGE

Segundo o IBGE, o principal impacto para o resultado do mês veio do setor Alimentação e bebidas, que teve variação de 0,82%

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do País, voltou a acelerar em novembro e subiu 0,33% no mês, após ter registrado alta de 0,21% em outubro, informou nesta terça-feira (28) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em outubro de 2022, a taxa tinha ficado em 0,53%.

Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,84%, ante os 5,5% observados nos 12 meses até outubro. No ano, o indicador acumula alta de 4,30%.

A variação mensal ficou acima da estimativa de 0,30% feita por analistas do mercado financeiro, segundo o consenso Refinitiv. A projeção do consenso para a inflação anual estava em 4,80%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em novembro.

Segundo o IBGE, o principal impacto para o resultado do mês veio do setor Alimentação e bebidas, que teve a maior variação (0,82%) e o maior impacto (0,17 p.p.) no mês.

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Os grupos Despesas pessoais (0,52%) e Transportes (0,18%) também registraram alta e contribuíram com, respectivamente, 0,05 p.p. e 0,04 p.p. para o indicador do mês.

No lado das quedas, o grupo Comunicação (-0,22%) recuou pelo terceiro mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o 0,03% de Educação e o 0,55% de Vestuário.

Alimentos e bebidas

No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 1,06% em novembro, após cinco quedas consecutivas. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e das carnes (1,42%).

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Já os preços do feijão-carioca (-4,25%) e do leite longa vida (-1,91%) caíram.

A alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou resultado similar ao de outubro (0,21%), por conta do subitem refeição (0,22%), que apresentou a mesma variação do mês anterior. Já o lanche (0,35%) registrou alta, após queda de 0,11% em outubro.

Despesas pessoais

O grupo Despesas pessoais (0,52%) apresentou resultado superior ao do mês anterior (0,31%), influenciado pelas altas do pacote turístico (2,04%), da hospedagem (1,27%) e do serviço bancário (0,63%).

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Transportes

No grupo dos Transportes (0,18%), o subitem passagem aérea subiu 19,03% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,16 p.p.). O subitem táxi também apresentou alta, de 2,60%, devido aos reajustes de 20,84% em Porto Alegre (16,67%), a partir de 9 de outubro, e de 6,67% em São Paulo (3,76%), a partir de 28 de outubro. O subitem ônibus urbano (-1,35%) sofreu reajuste de 6,12% em Salvador (0,44%), em 13 de novembro.

Em combustíveis (-2,11%), houve queda no etanol (-2,49%), na gasolina (-2,25%) e no gás veicular (-0,57%), enquanto o óleo diesel (1,12%) subiu.

Ainda em Transportes, em função da gratuidade nos transportes metropolitanos concedida a toda a população de São Paulo (0,65%), nos dias de realização das provas do Eem (nos dias 5 e 12), foi registrada redução de 6,25% nos subitens trem, metrô, ônibus urbano e integração de transporte público.

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Habitação

No grupo Habitação (0,20%), o resultado de energia elétrica residencial (0,42%) foi decorrente de reajustes em três áreas de abrangência do índice: de 9,65% em Brasília (6,70%), a partir de 22 de outubro; de 5,91% em Goiânia (7,41%), a partir de 22 de outubro; e de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas em São Paulo (-0,03%), a partir de 23 de outubro.

Já alta da taxa de água e esgoto (0,45%) veio de reajustes em duas áreas: de 14,43% em Fortaleza (7,67%), a partir de 29 de outubro e de 6,75% em Salvador (2,23%), a partir de 25 de setembro.

Gás encanado (0,13%) também apresentou alta por conta do reajuste de 0,92% no Rio de Janeiro (0,42%) a partir de 01 de novembro.

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Regiões

Quanto aos índices regionais, nove áreas tiveram alta em novembro. A maior variação foi registrada em Brasília (0,61%), por conta das altas da passagem aérea (13,47%) e da energia elétrica residencial (6,70%). Já o menor resultado ocorreu em Salvador (-0,12%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-4,00%).