Intenção de consumo para o 3º trimestre está 7,78% mais alta que em 2022, diz Ibevar

De 22 segmentos acompanhados pelo Ibevar, em 17 há expectativa de manutenção ou crescimento das compras no terceiro trimestre

Roberto de Lira

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A intenção de compra dos consumidores brasileiros para o terceiro trimestre de 2023 está 7,78% maior em relação à verificada no mesmo período do ano passado, segundo estudo do Ibevar/FIA Business School sobre tendências do consumo. Ante o segundo trimestre, a alta é menos intensa, de 1,32%. Em relação aos últimos doze meses até setembro de 2023, a projeção é de um aumento do consumo de 3,97%.

Segundo a pesquisa, a projeção para o consumo dos três primeiros trimestres de 2023 indica um aumento de 5,31% em relação ao mesmo período de 2022.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, para essa parte do estudo são utilizados dados secundários, como indicadores do Banco Central e do IBGE com variáveis que que definem o consumo ou que são condicionantes do consumo, como renda real, volume de crédito, taxa de juros real e nominal e índices de inadimplência.

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Felisoni observou que há um comprometimento da renda real bastante elevado no momento, evidenciado pela expansão contínua da inadimplência, e que isso pode inibir ou diminuir esse movimento expansionista. “Pode mitigar, mas a tendência é de expansão.”

Ele afirmou que esse otimismo se deve à percepção de elevação de renda, causada pela inflação em queda. “A expectativa é de uma maior contribuição do consumo no PIB para esse próximo trimestre em função das expectativas da redução da taxa de juros e queda da inflação, que abre um espaço no crescimento da renda real das famílias”, disse Felisoni.

O presidente do Ibevar também vê um efeito psicológico que a aprovação da reforma tributária na Câmara trouxe ao ânimo dos consumidores no trimestre à frente, ainda que os efeitos dessa mudança estrutural não se materializem agora.

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Ele também disse que é necessário que o Poder Executivo continua evitar fazer manifestações que mostrem desacordo com a política monetária, para não interferir em expectativas futuras sobre a taxa de juros.

A outra parte do trabalho do Ibevar capta um conjunto de informações das redes sociais a partir de algoritmos de inteligência artificial para verificar intenções de compra de produtos e serviços.

Para o terceiro trimestre, dos 22 segmentos que são acompanhados, em 17 se espera manutenção ou crescimento das compras, ou seja 77% do total. Só em cinco deles foi projetada queda. Ante o mesmo trimestre do ano passado, os maiores destaques de alta estão em móveis e eletrodomésticos (+7,83%) e em tecidos, vestuário e calçados (+7,51%).

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Além de móveis e eletroeletrônicos, outro segmento dependente de crédito que está com perspectivas melhores é o de automóveis, motos, partes e peças, com projeção de vendas 0,76% maior no 3º trimestre ante o trimestre anterior e 2,75 % ante o mesmo período de 2022.

Sobre a expectativa em relação ao programa federal Desenrola, focado na renegociação de dívidas, Felisoni disse não acreditar que possa ter um efeito muito contundente direto no consumo. “Tem mais um efeito imagético, o que certamente acaba contribuindo, até porque o Desenrola, nessa primeira etapa, está nas faixas mais baixas de renda”, ponderou