Inflação medida pelo IPCA sobe 0,53% em junho puxada por alta da energia, mas fica um pouco abaixo do esperado

Segundo projeções compiladas pela Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,59% na comparação com maio e de 8,40% frente igual período de 2020

Equipe InfoMoney

Preços de energia elétrica puxaram altas do Grupo Habitação no mês
Preços de energia elétrica puxaram altas do Grupo Habitação no mês

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SÃO PAULO – Puxada novamente pela alta da energia elétrica, a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,53% em junho de 2021 na comparação com maio, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (8), representando uma desaceleração frente à alta de 0,83% de maio.

Com isso, o indicador acumula alta de 3,77% no ano e 8,35% nos últimos 12 meses. A variação acumulada em 12 meses é a maior desde setembro de 2016 (8,48%). Em junho de 2020, a taxa mensal foi de 0,26%.

O dado ficou levemente abaixo do esperado. De acordo com projeções compiladas pela Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,59% na comparação com maio e de 8,40% frente igual período do ano passado.

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O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto (0,17 p.p.) foi do grupo habitação (1,10%), principalmente, por causa da energia elétrica (1,95%). Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês (0,09 p.p.).

“A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho e acrescenta R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em maio, estava em vigor a bandeira vermelha patamar 1, cujo acréscimo é menor (R$ 4,169). Os preços, porém, desaceleraram em junho devido aos diversos reajustes captados em maio nas áreas pesquisadas. Em junho, tivemos apenas o reajuste médio de 8,97%, em Curitiba, no fim do mês”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.

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Na sequência, vieram alimentação e bebidas (0,43%) e transportes (0,41%), ambos com o segundo maior impacto no índice (0,09 p.p). A alimentação no domicílio passou de 0,23% em maio para 0,33% em junho, puxada pelas carnes (1,32%), que subiram pelo quinto mês consecutivo e acumulam alta de 38,17% em 12 meses. No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-15,38%), a cebola (-13,70%), o tomate (-9,35%) e as frutas (-2,69%).

A alimentação fora do domicílio (0,66%) desacelerou em relação a maio (0,98%), sobretudo, devido ao lanche (0,24%), cujos preços haviam subido 2,10% no mês anterior. Já a refeição cresceu 0,85%, enquanto havia apresentado alta de 0,63% em maio.

No grupo dos transportes (0,41%), os combustíveis subiram 0,87% e acumulam alta de 43,92% nos últimos 12 meses. Mais uma vez, o maior impacto (0,04 p.p.) veio da gasolina (0,69%), cujos preços haviam crescido 2,87% em maio. Os preços do etanol (2,14%) e do óleo diesel (1,10%) e do gás veicular (0,16%) também registraram alta em junho.

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Nos transportes públicos (-0,61%), houve reajustes nas passagens de metrô (1,76%) no Rio de Janeiro (5,65%) – aumento de 16%, válido desde 11 de maio – e dos ônibus intermunicipais (0,34%) em Salvador (4,88%), onde o aumento de 6,80% foi aplicado a partir de 1º de junho. No lado das quedas, registrou-se recuo de 5,57% nos preços das passagens aéreas, com impacto de -0,02 p.p. no resultado do mês.

Já a maior variação no mês, entre os grandes grupos, ficou com vestuário (1,21%), com destaques para calçados e acessórios (1,53%), roupas masculinas (1,52%) e roupas femininas (1,10%). Todos esses itens aceleraram em relação a maio. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,12% de Comunicação e a alta de 1,09% de Artigos de residência.

Em junho, todas as áreas pesquisadas apresentaram inflação. O maior índice ficou com a região metropolitana de Recife (0,92%), influenciada pelas altas nos preços da gasolina (4,92%) e da energia elétrica (2,78%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (0,17%), por conta da queda nos preços das frutas (-7,53%) e da taxa de água e esgoto (-2,40%).

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INPC desacelera para 0,60% em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também desacelerou para 0,60% em junho, ficando abaixo do resultado de maio (0,96%). No ano, o indicador acumula alta de 3,95% e, em 12 meses, de 9,22%, acima dos 8,90% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Essa é a maior variação acumulada em 12 meses desde agosto de 2016 (9,62%). Em junho de 2020, a taxa foi de 0,30%.

“Energia elétrica, por causa da mudança da bandeira tarifária, alimentação e bebidas e transportes também influenciaram o INPC em junho”, disse André Filipe, observando que os produtos alimentícios subiram 0,47%, ficando abaixo do resultado de maio (0,53%). Já os não alimentícios tiveram alta de 0,64%, enquanto em maio haviam registrado 1,10%.

Todas as áreas tiveram alta em junho. As regiões metropolitanas de Recife e de Salvador tiveram variação de 0,90%. Ambas as áreas foram influenciadas pela energia elétrica (2,85% em Recife e 2,53% em Salvador) e pela gasolina (4,92% em Recife e 2,22% em Salvador). O menor índice ficou com Brasília (0,14%), onde pesaram as quedas nos preços das frutas (-6,83%) e da taxa de água e esgoto (-1,71%).

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(com Agência de notícias do IBGE)

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