Indústria puxa termômetro da atividade dos EUA para baixo em agosto

PMI composto, que agrega manufatura e serviços, caiu para 54,1 em agosto; relação entre pedidos e perspectiva de estoques da indústria caiu para um dos níveis mais baixos desde a crise financeira global

Roberto de Lira

Fábrica da Ford em Louisville, EUA (Foto: Bryan Woolston/Reuters)
Fábrica da Ford em Louisville, EUA (Foto: Bryan Woolston/Reuters)

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O mau momento da indústria levou o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, um termômetro da situação atual da atividade econômica, para seu menor nível em quatro meses. O índice principal caiu de 54,3 em julho para 54,1 em agosto, informou a S&P Global.

O indicador da manufatura recuou de 49,6 para 48,0 no mês, sinalizando uma deterioração nas condições de negócios do setor de produção de bens pelo segundo mês consecutivo e a maior taxa de deterioração desde dezembro.

A prévia do PMI de serviços, no entanto, avançou de 55,0 para 55,2, na mesma comparação.

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De acordo com a pesquisa, todos os cinco componentes do PMI da indústria enfraqueceram em agosto, com destaque para novos pedidos e evolução do emprego.

Os prazos de entrega dos fornecedores também encurtaram na maior extensão desde fevereiro, em um sinal de que os fornecedores estão menos ocupados em meio à demanda mais fraca por matérias-primas. A compra de insumos pelas fábricas caiu na taxa mais acentuada em oito meses.

Chris Williamson, economista chefe de Negócios da S&P Global Market Intelligence comentou em nota que o cenário de “pouso suave” da economia americana parece menos convincente quando a análise vai além da superfície dos números principais. “O crescimento tornou-se cada vez mais dependente do setor de serviços, pois a manufatura, que geralmente lidera o ciclo econômico, entrou em declínio”, destacou.

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Ele comparou que a relação entre pedidos e perspectiva de estoques do setor industrial caiu para um dos níveis mais baixos desde a crise financeira global.

No entanto, do ponto de vista da política monetárias, as principais conclusões da pesquisa são que a inflação continua a retornar lentamente aos níveis normais e que a economia corre o risco de desacelerar em meio a desequilíbrios.