Índice de Confiança do Consumidor recuou 0,4 ponto em outubro, para 88,6 pontos, diz FGV/Ibre

Após quatro meses de alta, a confiança dos consumidores se acomodou em patamar próximo ao do período pré-pandemia

Roberto de Lira

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A confiança do consumidor recuou 0,4 ponto em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira (26) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 88,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, influenciado pela alta nos quatro meses anteriores, o índice continua avançando, desta vez em 3,0 pontos, para 87,1 pontos.

Segundo Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do Ibre, após quatro meses de alta, a confiança dos consumidores se acomodou em patamar próximo ao do período pré-pandemia. “O resultado apresenta uma mudança de comportamento observado até o momento: com melhora das avaliações sobre o momento atual influenciada pelos consumidores de menor poder aquisitivo e uma revisão das expectativas para os próximos meses dos consumidores com maior poder aquisitivo”, comparou.

Para ela, é possível que esse resultado esteja sendo influenciado pelo efeito das transferências de renda, redução da inflação pelo terceiro mês consecutivo e crescimento dos postos de trabalho. “Apesar do resultado mais favorável para as classes de renda mais baixa, o endividamento das famílias e as taxas de juros mais elevadas limitam uma recuperação mais robusta”, afirma.

Expectativas

Essa acomodação do ICC em outubro foi influenciada pela piora das expectativas em relação próximos meses. O Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5 ponto, para 98,7 pontos, após quatro altas consecutivas. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,2 ponto, para 74,5 pontos, maior nível desde março de 2020 (76,1 pontos), embora ainda continue baixo em termos históricos.

Nos indicadores que medem a satisfação dos consumidores com a situação corrente, há uma percepção de melhora da situação econômica geral, diz o instituto. Esse indicador subiu 0,8 ponto, para 83,1 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020 (85,5 pontos). Já a avaliação sobre a situação financeira da família avançou 1,6 ponto, para 66,5 pontos, nível ainda extremamente baixo.

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Entre os quesitos relacionados a expectativas, o que mais contribuiu para a queda no mês foi o que mede o otimismo das famílias com a evolução da situação financeira nos próximos seis meses. Esse indicador recuou 2,7 pontos, para 98,1 pontos, após acumular alta de 19,5 pontos nos quatro meses anteriores.

O indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica geral acomodou-se no nível de 115,2 pontos e recuou 0,2 ponto. Após acumular 16,7 pontos nos três últimos meses, a intenção de compra de bens duráveis caiu 1,4 ponto, levando o indicador para 83,0 pontos. Apesar da queda, o indicador continua próximo ao patamar observado em julho de 2019.