IGP-M tem deflação de 0,47% em março, puxada por preços ao produtor, diz FGV

A deflação em fevereiro foi mais intensa que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa queda de -0,22%; queda no acumulado no ano chega a -0,91% e, em 12 meses, está em -4,26%

Roberto de Lira

Minério de ferro da Vale: setor extrativista foi destaque na produção industrial do mês (Foto: Divulgação/Agência Vale)
Minério de ferro da Vale: setor extrativista foi destaque na produção industrial do mês (Foto: Divulgação/Agência Vale)

Publicidade

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) teve queda de 0,47% em março, informou nesta quarta-feira (27) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi a segunda deflação mensal seguida, após a queda de 0,52% de fevereiro. A deflação no acumulado no ano chega a -0,91% e, em 12 meses, está em -4,26%.

A deflação em fevereiro foi mais intensa que a esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa queda de -0,22%.

Em março de 2023, o índice tinha registrado taxa de +0,05% no mês e acumulava aumento de 0,17% em 12 meses.

Assim como em fevereiro, o que puxou o IGP-M para baixo foram os preços ao produtor, que caíram 0,77%, enquanto os preços ao consumidor voltaram a subir mês, embora tenham desacelerado, de 0,53% em fevereiro para 0,29% em março.

IPA

Segundo a FGV, em março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,77%, uma queda menos intensa que a observada em fevereiro, quando registrou -0,90%.

O grupo de Bens Finais variou 0,03% em março, taxa inferior aos 0,35% registrados no mês anterior. Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa recuou de 5,15% para 2,17% no mesmo intervalo.

Continua depois da publicidade

A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,22% em março, invertendo o sentido em relação ao observado no mês anterior, quando registrou queda de 0,42%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -1,52% para 0,60%.

Já o estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou queda de 2,71% em março, praticamente o mesmo comportamento de fevereiro, quando caiu 2,67%. A desaceleração deste grupo foi principalmente influenciada por itens chave como o minério de ferro, que intensificou a queda de -1,22% para -13,27%.

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve uma variação positiva de 0,29%, recuando em relação à taxa de 0,53% observada em fevereiro. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco mostraram desaceleração.

Continua depois da publicidade

O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação decresceu de 0,11% para -1,85%. Dentro desta classe de despesa, foi destacado o recuo significativo no preço da passagem aérea, que passou de -4,78% na medição anterior para -10,53% na atual.

Também apresentaram recuo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,09% para 0,68%), Despesas Diversas (1,52% para 0,81%), Comunicação (0,46% para -0,06%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,51% para 0,42%).

Os itens destacados foram: hortaliças e legumes (7,10% para -0,29%), serviços bancários (2,23% para 1,45%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,86% para -0,10%) e artigos de higiene e cuidados pessoais (0,78% para 0,64%).

Continua depois da publicidade

INCC

Em março, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,24%, um valor ligeiramente superior à taxa de 0,20% observada em fevereiro. Dos três grupos que foram o indicador geral, o grupo Materiais e Equipamentos apresentou elevação, passando de 0,20% para 0,26%; o grupo Serviços teve um recuo de 0,49% para 0,14%; e o grupo Mão de Obra registrou avanço, variando de 0,16% para 0,23%.