IGP-DI tem forte alta de 1,03% em setembro, puxado por commodities e energia

Com o resultado do mês, o índice acumula elevação de 3,12% no ano e de 4,83% nos últimos 12 meses; preços ao produtor tiveram alta de 1,20% em setembro

Roberto de Lira

Grãos de soja no Brasil (Foto: Jorge Adorno/Reuters)
Grãos de soja no Brasil (Foto: Jorge Adorno/Reuters)

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve alta expressiva de 1,03% em setembro, após um avanço de apenas 0,12% em agosto, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador sofreu forte pressão das variações de commodities agrícolas, de energia elétrica e de serviços;

Com o resultado do mês, o índice acumula elevação de 3,12% no ano e de 4,83% nos últimos 12 meses.

Em comparação, em setembro de 2023, o IGP-DI havia apresentado alta de 0,45% no mês, mas com queda acumulada de 5,34% nos 12 meses anteriores.

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Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços, commodities de peso no índice de preços ao produtor, como soja, bovinos, leite e laranja, registraram alta expressiva entre agosto e setembro, colocando os produtos agrícolas como os principais responsáveis pela aceleração da inflação ao produtor.

“No índice voltado ao consumidor, os maiores destaques para a aceleração foram energia elétrica, passagens aéreas, aluguéis residenciais, serviços bancários e cigarros, com o setor de serviços assumindo o protagonismo”, destacou em nota.

Na construção civil, Brasz lembrou que o aumento nos preços dos materiais foi mais contido, contribuindo para o arrefecimento da inflação no segmento.

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Preços ao produtor

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou taxa de 1,20% em setembro, ante variação de 0,11% em agosto. A taxa do grupo Bens Finais acelerou de 0,12% em agosto para 0,90% em setembro.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja variação passou de 0,83% para 2,60%.

A taxa do grupo Bens Intermediários ficou praticamente estável, passandn de 0,61% em agosto para 0,62% em setembro. O principal responsável pelo discreto avanço da taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,60% para 1,23%.

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Já o estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 2,19% em setembro, uma inversão em relação ao mês de agosto, quando a taxa apresentou queda de 0,47%.

Contribuíram para este movimento as variações da soja em grão (de -2,03% em agosto para 6,51% em setembro), leite in natura (de 0,65% para 5,37%) e bovinos (de 2,75% para 5,87%).

Em sentido oposto, os destaques foram os itens: cana-de-açúcar (de 1,35% para 0,11%), aves (de 1,99% para 1,18%) e algodão em caroço (de -2,74% para -3,13%).

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Preços ao consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,63% em setembro, após uma queda de 0,16% um mês antes.

Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Habitação (de -0,40% para 1,72%), Alimentação (de -1,03% para 0,04%), Educação, Leitura e Recreação (de -0,60% para 1,51%), Despesas Diversas (de 0,45% para 1,85%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,14% para 0,37%) e Comunicação (de 0,16% para 0,31%).

As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: tarifa de eletricidade residencial (de -2,09% para 7,04%), hortaliças e legumes (de -17,25% para -9,56%), passagem aérea (de -3,46% para 8,78%), cigarros (de 0,75% para 8,30%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,44% para 0,35%) e mensalidade para TV por assinatura (de 0,34% para 3,38%).

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Em contrapartida, os grupos Transportes (de 0,82% para -0,32%) e Vestuário (de -0,04% para -0,09%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.

Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (2,29% para -0,96%) e roupas (0,07% para -0,23%).

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,58% em setembro, ante 0,70% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de agosto para setembro: Materiais e Equipamentos (0,77% para 0,53%), Serviços (0,12% para 0,64%) e Mão de Obra (0,69% para 0,64%).