IGP-DI cai 0,30% em março, 3º mês seguido de deflação, diz FGV

Com este resultado, o índice acumula queda de 0,97% no ano e de -4,0% em 12 meses; deflação menos intensa que a de fevereiro foi motivada por recuperação nos preços da soja, mandioca e açúcar

Roberto de Lira

Soja em grãos (Reuters/José Roberto Gomes)
Soja em grãos (Reuters/José Roberto Gomes)

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O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,30% em março, engatando terceiro mês seguido de deflação, após variações de -0,27% em janeiro e de -0,41% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (5) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A deflação foi menos intensa que os -0,39% esperados pelo consenso LSEG de analistas.

Com este resultado, o índice acumula queda de 0,97% no ano e de 4,0% em 12 meses. Em março de 2023, o índice havia caído 0,34%% e acumulava retração de 1,16% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, os fatores determinantes para a diminuição menos acentuada do índice ao produtor em março ante fevereiro incluem a os preços da soja, que passaram de uma queda de 10,02% para um aumento de 2,71%, além das alterações nas variações da mandioca, de -0,54% para um acréscimo de 7,02%, e do açúcar VHP, que passou de -1,17% para 7,45%.

No segmento do consumidor, onde se observou uma desaceleração na média de variação do índice, as mudanças foram impulsionadas principalmente pelo grupo de alimentação. Itens in natura, como a batata inglesa e a cenoura, apresentaram significativas flutuações de preço, indo de 10,02% para -16,51% e de 13,65% para -6,51%, respectivamente.

Por outro lado, no setor da construção civil, um leve aumento nos custos da mão de obra, de 0,05% para 0,42%, contribuiu para a aceleração do índice.

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,50% em março, com a deflação perdendo força ante os 0,76% observados em fevereiro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,50% em fevereiro para -0,23% em março.

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A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos in natura, cuja variação passou de 6,25% para 0,10%.

O índice de Bens Finais , que exclui alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,29% em março, após variar -0,19% em fevereiro.

O grupo Bens Intermediários passou de uma deflação de -0,17% em fevereiro para uma alta de 0,68% em março. O principal responsável pelo avanço da taxa do grupo foi o subgrupo materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de -0,62% para 0,71%.

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Já o estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,15 % em março, após baixa mais intensa de 2,70% em fevereiro. Contribuíram para este movimento os itens: soja em grão (-10,02% para 2,71%), mandioca/aipim (-0,54% para 7,02%) e milho em grão (-5,27% para -3,13%).

Em sentido oposto, vale citar os seguintes itens: minério de ferro (-4,94% para -14,37%), arroz em casca (-4,18% para -10,19%) e café em grão (3,68% para 0,72%).

IPC

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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,10% em março, perdendo força ante os 0,55% do mês anterior. Sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,87% para 0,21%), Educação, Leitura e Recreação (-1,17% para -2,22%), Alimentação (1,06% para 0,56%), Despesas Diversas (2,05% para 0,42%), Comunicação (0,43% para -0,31%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 0,32%) e Vestuário   (0,34% para -0,03%).

As principais partiram dos itens: gasolina (2,60% para 0,35%), passagem aérea (-6,51% para -12,03%), hortaliças e legumes (5,75% para -0,54%), serviços bancários (3,51% para 0,74%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,49% para -0,46%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,95% para 0,40%) e roupas (0,33% para -0,11%).

Em contrapartida, o grupo Habitação (0,32% para 0,53%) apresentou acréscimo em sua taxa de variação. Nesta classe de despesa, é importante destacar o avanço no preço do subitem tarifa de eletricidade residencial, que passou de -1,50% na medição anterior para 0,35% na atual.

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Núcleo e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,27% em março, 0,15 pontos percentuais abaixo do resultado apurado no mês anterior, de 0,42%. Dos 85 itens componentes do IPC, 43 foram excluídos do cálculo do núcleo.

O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 56,77%, ou 8,71 ponto percentual abaixo do registrado em fevereiro, quando o índice foi de 65,48%.

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,28% em março, ante 0,13% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: Materiais e Equipamentos (0,20% para 0,18%), Serviços (0,04% para 0,25%) e Mão de Obra (0,05% para 0,42%).