IGP-10 tem deflação de 2,20% em junho, mais intensa que a esperada; queda em 12 meses é de 6,31%

Novo recuo levou a taxa interanual ao seu menor patamar da série histórica do indicador; preços de commodities puxaram a queda

Roberto de Lira

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O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) manteve a tendência de deflação e mostrou queda de 2,20% junho, após as retrações de 1,53% em maio e de 0,58% em abril informou nesta sexta-feira (16) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula queda de 4,14% no ano e de 6,31% em 12 meses.

A deflação de junho foi mais intensa do que a esperada pelo consenso Refinitiv, que apontava para uma queda de 2,15% na comparação mensal.

Em junho de 2022, o índice havia subido 0,74% no mês e acumulava elevação de 10,40% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, o novo recuo levou a taxa interanual ao seu menor patamar da série histórica do indicador. “Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)”, afirmou em nota.

IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 3,14% em junho, enquanto no mês anterior havia registrado taxa de -2,25%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 0,29% em maio para -1,01% em junho.

A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,42% para -9,73%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, caiu 0,03% em junho. No mês anterior, a taxa foi de 0,07%.

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A taxa do grupo Bens Intermediários passou de -1,08% em maio para -3,36% em junho. A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -3,93% para -12,77%.

O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 1,68% em junho, contra queda de 0,55%, no mês anterior.

O índice do grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,88% em maio para -5,00% em junho. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos seguintes itens: soja em grão (-10,41% para -5,16%), minério de ferro (-11,50% para -8,04%) e algodão em caroço (-9,48% para -4,16%).

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Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: bovinos (-1,05% para -6,17%), leite in natura (3,87% para 0,34%) e café em grão (-0,07% para -5,57%).

IPC

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,18% em junho, ante variação de +0,60 em maio. Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,52% para -1,23%), Alimentação (1,04% para -0,21%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,52% para 0,49%), Comunicação (1,18% para -0,06%), Educação, Leitura e Recreação (-1,50% para -1,93%) e Vestuário (0,63% para 0,40%).

As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: gasolina (0,17% para -3,20%), hortaliças e legumes (8,71% para -2,47%), medicamentos em geral (3,16% para 0,54%), tarifa de telefone móvel (3,25% para -0,28%), passagem aérea (-8,98% para -11,47%) e calçados (1,24% para 0,38%).

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Em contrapartida, os grupos Habitação (0,48% para 0,79%) e Despesas Diversas (0,50% para 0,63%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: taxa de água e esgoto residencial (0,27% para 3,14%) e jogo lotérico (4,59% para 7,32%).

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 1,19% em junho. No mês anterior, a taxa foi de 0,09%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de maio para junho: Materiais e Equipamentos (0,11% para 0,10%), Serviços (0,42% para 0,32%) e Mão de Obra (0,01% para 2,27%).