IGP-10 sobe 1,08% em maio, após três meses de deflação, diz FGV

Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,34% no ano e queda de 1,27% em 12 meses; preços ao produtor subiram 1,34%, puxados pelo minério de ferro

Roberto de Lira

Caminhões transportam minério de ferro na mina Vale em Parauapebas, no Pará, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)
Caminhões transportam minério de ferro na mina Vale em Parauapebas, no Pará, Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

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O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) interrompeu uma sequência de três meses de deflação e subiu 1,08% em maio, informou nesta quinta-feira (16) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No mês anterior, a taxa havia sido -0,33%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,34% no ano e queda de 1,27% em 12 meses.

Em maio de 2023, o índice tinha caído 1,53% no mês e acumulava queda de 3,49% em 12 meses.

André Braz, economista do FGV/Ibre, destaca em nota que os três componentes do IGP-10 mostraram aceleração em maio.

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O Índice de Preços ao Produtor (IPA), que tem maior peso no IGP-10, registrou aumento de 1,34%, com o minério de ferro contribuindo sozinho para 53% desse resultado.

No Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o destaque foi para o grupo Transportes, que registrou aumento de 1,44% no preço da gasolina.

Enquanto isso, no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), o principal destaque foi a mão de obra, cuja taxa de variação avançou de 0,50% em abril para 0,92% em maio.

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IPA

O Índice de Preços ao Produtor Amplo – que subiu 1,34% – inverteu o comportamento quando comparado à taxa registrada no mês anterior, de -0,56%. Os preços dos Bens Finais apresentaram uma nova queda, porém em patamar inferior, variando de -0,36% em abril para -0,18% em maio.

Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, que viu sua taxa variar de -0,93% para 0,76%.

No grupo de Bens Intermediários, a taxa acelerou de 0,71% em abril para um aumento de 0,91%, em maio. Esta alta foi impulsionada especialmente pela recuperação nos preços do subgrupo de materiais e componentes para a construção, que viu sua taxa passar de uma queda de 0,21% para um crescimento de 0,85%.

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A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de uma queda de -2,23% em abril para uma alta de 3,45% em maio. As principais contribuições para essa virada do índice do grupo partiram dos itens: minério de ferro (de -14,46% para 11,70%), café em grão (3,52% para 15,28%) e bovinos (-2,13% para 0,54%).

Em sentido descendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens: laranja (4,50% para -8,51%), cana-de-açúcar (-0,97% para -2,59%) e aves (-1,02% para -2,32%).

IPC

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou, de uma alta de 0,21% em abril para 0,39% em maio. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de -1,72% para -0,51%), Transportes (0,19% para 0,64%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,49% para 0,78%) e Comunicação (-0,21% para 0,57%).

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As principais contribuições para este movimento partiram dos itens: passagem aérea (de -10,60% para  -3,71%), gasolina (-0,07% para 1,44%), medicamentos em geral (1,16% para 2,66%) e tarifa de telefone móvel (0,36% para 1,90%).

Em contrapartida, os grupos Habitação (de 0,54% para 0,26%), Alimentação (0,73% para 0,53%), Vestuário (0,05% para -0,02%) e Despesas Diversas (0,19% para 0,16%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.

Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: aluguel residencial (de 2,07% para 1,19%), frutas (3,61% para 0,98%), calçados (0,07% para -0,35%) e serviços bancários (0,34% para 0,04%).

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INCC

Em maio, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,53%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,33% observada no mês anterior.

Entre os componentes do INCC, os Materiais e Equipamentos apresentaram nova alta, passando de crescimento de 0,19% em abril para 0,24% em maio.

Por outro lado, Serviços, que subiu 0,40% em abril, apresentou um aumento de 0,52% em maio. Já a Mão de Obra obteve aumento importante, passando de  0,50% em abril para 0,92% em maio.