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O fim de semana prolongado terminou mas o mercado financeiro brasileiro retomou as negociações ainda em ritmo de feriado. Com um giro financeiro reduzido, diante de uma agenda de indicadores esvaziada e sem muitas novidades no front político, as operações foram mais uma vez marcadas pela volatilidade.
“Já havia expectativa de um dia mais volátil porque, na sexta-feira, teve pregão nos Estados Unidos, na Europa, mas aqui não”, explica Alex Carvalho, analista da CM Capital. No exterior, as Bolsas também oscilaram sem uma tendência definida, já que os indicadores mais importantes estão previstos para a segunda metade da semana.
Por aqui, o noticiário já começa a esquentar a partir de amanhã. O Santander Brasil (SANB11) vai ser o primeiro grande banco listado na B3 a divulgar resultados do primeiro trimestre e promete ser termômetro de um setor importante da Bolsa brasileira. Na quarta-feira (26), tem sai o balanço da Vale (VALE3), empresa de maior peso do Ibovespa.
“Isso deve trazer um pouco mais de movimentação e também as notícias do cenário político doméstico”, afirma Carvalho.
Na sessão de hoje, foram justamente os papéis da Vale os que contribuíram para a queda do Ibovespa. O minério de ferro de ferro no mercado internacional tocou a mínima em quatro meses, diante de menor demanda da China e aumento da oferta.
“É claro que isso acaba se refletindo aqui no Brasil. Como essas empresas têm um peso muito grande na formação do índice brasileiro, é natural acreditar que o Ibovespa teve a queda puxada também por esse fator”, afirma Heitor Martins, especialista em renda variável, da Nexgen Capital.
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“Os agentes também seguem monitorando possíveis alterações no cronograma do arcabouço fiscal, por conta de uma CPMI relacionada aos fatos do dia 8 de janeiro”, diz Martins.
A agenda da semana ainda tem a prévia da inflação (IPCA-15) prevista para quarta-feira e dados de atividade econômica, como vendas no varejo e serviços. Esse conjunto de números pode indicar quais são os próximos passos do Banco Central brasileiro.
O Ibovespa encerrou o pregão de hoje com queda de 0,4%, aos 103.946 pontos. O volume de negócios da sessão ficou abaixo da média diária, em R$ 19,6 bilhões.
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Também foi um dia de volatilidade para o dólar. A moeda americana chegou a avança para o patamar de R$ 5,08, na máxima do dia, mas acabou terminando o pregão com desvalorização. O dólar comercial fechou em queda de 0,5%, a R$ 5,040 na compra e R$ 5,041 na venda.
“Aqui no Brasil, o dólar segue oscilando entre 5,04 e 5,09, esperando nomes [dos novos diretores] do BC, por parte do governo, e decisão de juros do Banco Central Europeu na próxima semana, com aumento na expectativa para 0,5% de alta”, afirma Gabriel Ribeiro, trader do Braza Bank.
No mercado de juros futuros, os principais contratos de DI também cederam na sessão de hoje.
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Em Wall Street, as Bolsas também operaram de lado. Os investidores aguardam por uma agenda carregada de informações nos próximos dias.
Além da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, número que sai na quarta-feira, a semana vai terminar com a divulgação do PCE, índice que mede os gastos de consumo pessoal e é considerada a principal referência de inflação do Federal Reserve em suas decisões sobre juros.
A próxima reunião de política monetária do do Fed ocorre na terça e quarta-feira da semana que vem e uma nova alta nos juros básicos da economia americana é esperada.
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O Dow Jones subiu 0,2%, aos 33.875 pontos; o S&P 500 teve alta de 0,09%, aos 4.137 pontos; e a Nasdaq recuou 0,29%, para 12.037 pontos.