IBGE: Vendas no varejo caem 2,6% em dezembro, mais que o esperado

Indicador fechou o ano de 2022 acumulando crescimento de 1,0% em relação a 2021; no mês, sete de oito setores pesquisados tiveram queda

Roberto de Lira

Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)
Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)

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O volume de vendas do comércio varejista no Brasil caiu 2,6% em dezembro na comparação com novembro, mas fechou o ano de 2022 acumulando crescimento de 1,0% em relação a 2021, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com dezembro de 2021, houve alta de 0,4%.

A queda mensal foi a segunda consecutiva e ficou acima do esperado pelo mercado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava retração de 0,70% na base mensal. A previsão na comparação anual era de uma alta de 2,40%.

Na comparação mensal houve resultados negativos em sete dos oito setores pesquisados no varejo pelo IBGE: Tecidos, vestuário e calçados (-6,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%), Combustíveis e lubrificantes (-1,6%), Móveis e eletrodomésticos (-1,6%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%).

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Apenas um dos setores do varejo não ficou no campo negativo no mês: Livros, jornais, revistas e papelaria, com leve alta de 0,1%.

Acumulado

Já no acumulado de 2022, cinco das oito atividades pesquisadas fecharam no campo positivo. Além de combustíveis e lubrificantes (16,6%), o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (14,8%) também acumulou um aumento de dois dígitos em 2022. O pesquisador lembrou que o setor de combustíveis começou uma trajetória de crescimento em julho do ano passado, quando houve mudança na política de preços dos principais produtos.

“Com essas mudanças, essa atividade teve aumento significativo e, após aquele momento, teve quedas grandes. Em novembro, houve uma perda de 5,4% e o resultado de dezembro intensificou ainda mais essa trajetória. Mesmo assim, o acumulado do ano para esse setor foi o maior da série histórica”, avaliou Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Só no segundo semestre do ano, o segmento de combustíveis e lubrificantes cresceu 27,8%.

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Dezembro ante dezembro

Frente a dezembro de 2021, o volume de vendas do varejo teve seis atividades no campo positivo: Combustíveis e lubrificantes (23,8%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,8%), Móveis e eletrodomésticos (0,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (0,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,1%). Duas atividades tiveram queda expressiva nesse indicador: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-11,9%).

No varejo ampliado, a variação foi de -0,6% nessa mesma comparação. As duas atividades complementares do setor recuaram no período: Veículos e motos, partes e peças (-1,8%) e Material de construção (-7,1%).

O varejo, que passou o ano inteiro acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, em dezembro passou a operar 1,1% abaixo. O maior nível foi atingido em abril, quando estava 3,8% acima de fevereiro de 2020.

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Estados

A queda nas vendas do varejo, na passagem de novembro para dezembro, foi disseminada em 19 Unidades da Federação, com destaque para Distrito Federal (-8,0%), Paraíba (-5,8%) e Amapá (-4,8%). Entre as oito que tiveram resultados positivos, os destaques foram Rondônia (3,3%), Mato Grosso (2,8%) e Tocantins (1,6%).

Já no varejo ampliado, a variação nessa comparação foi de 0,4% e 15 Unidades da Federação tiveram resultados positivos, com destaque para Rondônia (3,7%), Espírito Santo (3,3%) e Alagoas (3,0%). Já entre as que ficaram no campo negativo, destacaram-se Distrito Federal (-5,1%), Roraima (-4,2%) e Amapá (-3,6%). Mato Grosso do Sul ficou estável (0,0%).