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Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), acredita que, passada a crise, o setor de infraestrutura ganhará mais relevância e voltará a atrair o investimento.
Está mantida, portanto, a agenda de privatizações, como as de Eletrobras e Correios. Da mesma forma, continua o cronograma de venda de estatais de saneamento básico, que está em andamento nos Estados do Acre, Alagoas, Amapá e Rio de Janeiro.
“Haverá, sim, apetite de investidores para infraestrutura no pós-crise”, disse Montezano, acrescentando que não é possível, porém, calcular o “grau do apetite”, diante da retração da riqueza no mundo.
Para fazer frente aos desafios, o BNDES vai se concentrar nas ações de enfrentamento da crise. Com isso, sua atuação como credor deverá sofrer transformações, disse Montezano. A estratégia é segurar o caixa, reter liquidez, para atuar no que chamou de “segunda onda”, de reconstrução da economia. Segundo ele, não está em discussão nenhum repagamento ao Tesouro Nacional.
“Assim que o mercado tiver um horizonte mais claro, vamos voltar à nossa agenda”, acrescentou.
Montezano também detalhou o esforço fiscal da instituição para contribuir com o enfrentamento da crise, em teleconferência promovida pelo Itaú BBA. Segundo ele, o esforço atualmente está nos setores aéreo, automotivo, varejo (excluído o segmento de alimentação), e elétrico. “Acho que estamos fazendo melhor uso possível do recurso público para crise”, afirmou.
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A intenção é liquidar operações para os setores considerados prioritários em maio. O banco ainda avalia incluir novos setores na lista de prioridades. Está sendo avaliada a inclusão de grandes empresas com relevância na economia, que estejam sendo afetadas pela crise.
O setor de saúde, apesar de estar sendo “sobredemandado”, de acordo com Montezano, deve precisar de ajuda após a crise.
O presidente do BNDES destacou ainda o sucesso no financiamento de folhas de pagamento de empresas que tenham faturamento de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. A estratégia tem a função de dividir o risco entre a iniciativa pública e privada.
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Está em discussão ainda a adoção de linhas de microcrédito para companhias com faturamento inferior a R$ 360 mil. “O combate à crise é dinâmico. Acompanhamos a evolução e tudo pode mudar”, afirmou.