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Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia razões para o início do corte da Selic em junho. Mas, na visão do ministro, o perfil da diretoria do Copom é conservador demais. “Copom está muito monolítico, apesar de corpo técnico muito qualificado”, disse neste sábado, 29, em entrevista ao canal TV GGN, do jornalista Luis Nassif. Haddad afirmou ainda que o papel do governo, especialmente em indicação de membros, é levar novos pontos de vista ao Comitê. Com a troca de diretores neste ano, ele vê que o debate na política econômica será “arejado”.
O ministro repetiu que espera a inflação aquém de 5% e PIB, acima de 2%, no fim deste ano. Ele aponta também que o setor do agronegócio será preponderante no crescimento, mas que já se nota a esperada desaceleração da economia. “Sempre dissemos que PIB mais forte no primeiro trimestre não era para festejar.”
Corte da Selic
Haddad enxerga que há espaço considerável para corte da Selic. Na visão dele, é possível começar o ciclo de baixa já na semana que vem com uma redução de 0,50 ponto porcentual.
Haddad considera que uma queda da taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) será apenas uma sinalização, com pouco efeito prático na atividade econômica de imediato.
“Ainda assim, para os investimentos, começa a ter efeito com o impacto na curva de juros. A sinalização é muito importante para que os agentes econômicos comecem a se reposicionar”, disse.
A pressão por um corte mais ousado no início do ciclo tem respaldo na curva de juros. A estrutura projeta entre 70% a 75% de chance de redução de 0,50 ponto porcentual da Selic na semana que vem. Os departamentos econômicos, contudo, estão mais conservadores. Na pesquisa do Projeções Broadcast, 62 casas veem baixa de 0,25 ponto e 26, de 0,50 ponto.