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SÃO PAULO (Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que a atividade econômica do terceiro trimestre preocupa e que os diretores do Banco Central que defenderam corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros em agosto estavam corretos porque a desaceleração já estava se dando “de maneira importante”.
“As pessoas que à época criticaram o BC pelo corte de meio (ponto percentual) hoje tem que rever sua posição porque, de fato, o meio (ponto) ali, era o último momento que nós tínhamos para começar o ciclo de cortes”, disse Haddad a jornalistas.
Ele disse que desde a divulgação dos números do PIB do primeiro trimestre do ano ele vem alertando sobre o fraco desempenho da economia na margem. “Já naquela época eu dizia que nós estamos com uma desaceleração forte”, afirmou.
Seus comentários vieram logo após dados do BC mostrarem que o IBC-BR, considerado prévia do PIB, caiu 0,77% em agosto, bem mais do que o esperado.
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Falando em coletiva de imprensa sobre resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relacionada ao Plano de Transformação Ecológica, Haddad disse que é necessário traçar “a melhor trajetória possível” para haver equilíbrio entre a atividade e a inflação.
Ele demonstrou estar otimista sobre a convergência da inflação para a meta ao longo do tempo, mas argumentou que não se pode atingir a taxa de preços almejada de forma acelerada, com prejuízos à “economia real”.
“Temos que ter cautela e tomar as melhores decisões para conciliar esses fatores em busca de bons resultados de crescimento e de inflação”, afirmou Haddad.
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A decisão do BC de agosto, que levou a Selic a 13,25% ao ano, dividiu os diretores e foi aprovada por cinco votos a quatro, com a minoria defendendo um corte menor, de 0,25 ponto percentual. Na reunião de política monetária seguinte, em setembro, o BC promoveu novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa e indicou que manterá esse passo nas duas últimas reuniões do ano.
REFORMA TRIBUTÁRIA
Questionado sobre a tramitação da reforma tributária no Senado, Haddad disse que ainda está aguardando receber o texto do relator da matéria na Casa, senador Eduardo Braga (MDB-AM), e que deseja realizar análises de impacto para cada exceção que tenha sido proposta.
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O ministro apontou que é fundamental que os parlamentares conheçam os impactos para saberem “no que estão votando”, enfatizando que quanto maior for a segurança sobre as exceções, maior será a confiança em seus benefícios e de que a reforma poderá ser aprovada no Congresso até o fim do ano.
“Se o governo em seu primeiro ano conseguir entregar a reforma, será realmente um feito muito grande do Brasil, pela conjugação de esforços no sentido da modernização da economia brasileira”, disse.
O ministro ainda enfatizou a necessidade da aprovação de medidas que buscam aumentar a arrecadação federal, como o projeto de lei que prevê a taxação das “offshores” e dos fundos exclusivos, a fim de cumprir a meta de zerar o déficit fiscal primário ao fim do próximo ano.
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“Para fechar o orçamento de 2024, eu preciso da aprovação daquelas medidas. Então, nós estamos dialogando e esclarecendo o quão importante são essas medidas e quão justas são. Elas tem um caráter de justiça tributária.”