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(Bloomberg) – O governo está inclinado a definir uma meta de inflação mais ambiciosa, de 3%, para 2024 em uma tentativa de sinalizar um compromisso com a ancoragem das expectativas, de acordo com três pessoas familiarizadas com a discussão.
A decisão final ainda não foi tomada e alguns integrantes da equipe econômica ainda defendem a manutenção da meta em 3,25%, mesmo patamar estabelecido para 2023. Essa seria uma forma de auxiliar do lado fiscal, pois evitaria pressões adicionais sobre o teto de gastos, que estabelece que o crescimento das despesas deve se limitar à inflação do ano anterior, acrescentaram as pessoas, pedindo anonimato porque a discussão não é pública.
Ainda assim, a visão predominante é de que é necessário trazer a inflação para um patamar de 3% semelhante a outros mercados emergentes. A decisão final será tomada na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira, dia 24 de junho. O ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Bruno Funchal, são integrantes do CMN.
O Brasil vem reduzindo lentamente sua meta de inflação desde 2018. A meta atual é de 3,75% para este ano e 3,5% para 2022, com uma faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Uma mudança na margem de tolerância da meta não está em discussão no momento, disse uma das pessoas.
Durante a última reunião do Copom, no dia 16 de junho, o BC aumentou a Selic e já sinalizou novas altas devido a pressões inflacionárias decorrentes do custo das commodities e também do aumento das contas de eletricidade. Enquanto isso, os gastos emergenciais em meio à pandemia estão alimentando a demanda.
Os analistas de mercado não têm um consenso sobre a meta de inflação de 2024. Ex-diretor do BC e chefe do comitê de investimentos do fundo Panamby Inno, Reinaldo Le Grazie defende meta de 3% para 2024, enquanto o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto espera manutenção de 3,25%.
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