Gerentes e coordenadores do IBGE elaboram carta aberta contra Pochmann

As assinaturas já ultrapassam uma centena, sendo a maioria de gestores do órgão - coordenadores e gerentes -, e a expectativa é de chegar a 134

Estadão Conteúdo

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A tensão entre os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o presidente do órgão, Marcio Pochmann, tem novo desdobramento nesta segunda-feira, 20, com a circulação de uma carta aberta que acusa a condução do órgão de ter viés autoritário, político e midiático. A carta, a que o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) teve acesso, deve ser publicada nesta segunda, disseram fontes.

As assinaturas já ultrapassam uma centena, sendo a maioria de gestores do órgão – coordenadores e gerentes -, e a expectativa é de chegar a 134, disse uma pessoa próxima aos servidores.

A escalada – em pleno feriado de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, onde está localizada a sede do instituto -, dá mais uma indicação da gravidade da crise interna vivida no órgão.

No texto, os servidores expressam “apoio e solidariedade” aos diretores que pediram exoneração por não concordarem com a gestão de Pochmann. Também manifestam solidariedade ao sindicato do IBGE, “que também tem sido constantemente atacado pela atual gestão”.

Além disso, defenderam a qualidade do trabalho conduzido pelo órgão, frisando: “somos absolutamente comprometidos com a qualidade das informações estatísticas e geocientíficas que produzimos até hoje; os dados produzidos no IBGE seguem princípios e metodologias confiáveis e internacionais”.

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E reivindicam a imediata paralisação dos trabalhos da Fundação IBGE+, criada pela gestão atual como alternativa às demandas por recursos financeiros. Os servidores criticam a criação da fundação e o uso do nome do IBGE, “sem que houvesse ampla discussão sobre os possíveis riscos à nossa autonomia e à confiabilidade dos dados”.

“O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, concluíram os servidores.