Gasolina e passagens aéreas aceleram IPCA de julho para 0,38%

No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%; gasolina subiu 3,15% no mês, enquanto as passagens aéreas mostraram variação de 19,39%

Roberto de Lira

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador de inflação oficial do País, acelerou para 0,38% em julho, após alta de 0,21% em junho, informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%.

O dado mensal veio acima do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que estimava inflação de 0,35% em julho. Na comparação anual, esperava-se um IPCA mais baixo, de 4,47%.

Segundo o IBGE, a elevação do índice foi puxada pelos preços da gasolina, que subiram 3,15%, e também pelas passagens aéreas, que avançaram 19,39%. Outra contribuição para a alta do IPCA em julho veio das tarifas de energia elétrica residencial (1,93%).

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Transportes e Habitação sobem

Em julho, houve alta de preços em sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA. A maior variação (1,82%) e também o maior impacto (de 0,37 ponto percentual) sobre o índice oficial de inflação veio do grupo dos Transportes, especialmente por conta da alta dos combustíveis no mês.

Além da gasolina, tiveram alta mais fiem o etanol (5,90%) e o óleo diesel (1,03%), enquanto o gás veicular registrou queda (-0,20%).

O grupo Habitação teve alta de 0,77%  e impacto de 0,12 p.p., influenciado pela energia elétrica residencial, que subiu 1,93%. Em julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$1,885 a cada 100kwh consumidos.

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Além disso, houve redução média de -2,43% nas tarifas de uma das concessionárias de energia de São Paulo (0,98%), a partir de 4 de julho.

Alimentos e bebidas recuam

Os preços do grupo Alimentação e Bebidas recuaram 1,00% e foram responsáveis pelo impacto negativo mais intenso sobre o IPCA de julho (-0,22 p.p.). Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio caiu 1,51% em julho.

Segundo André Almeida, gerente do IPCA, o recuo de preços da alimentação no domicílio ocorreu após nove meses consecutivos de alta. O aumento da oferta de diversos produtos agrícolas contribuiu para a redução dos preços.

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As principais quedas foram do tomate (-31,24%), da cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%), batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%).

Já a alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação próxima a do mês anterior (0,37%). O subitem lanche acelerou de 0,39% para 0,74%, enquanto a refeição desacelerou de 0,34% para 0,24%.

Capitais

Entre as 16 localidades onde o IBGE coleta preços para o cálculo do IPCA, as maiores altas de preços foram em São Luís e Rio Branco (0,53%, ambas), sob influência das altas da gasolina (5,78% e 2,43%, respectivamente).

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Por outro lado, os recuos na Alimentação no Domicílio, principalmente no Tomate, fizeram com que as regiões metropolitanas de Salvador e Aracaju tivessem as menores variações (0,18%).

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi a 0,26% em julho, ficando 0,01 p.p. acima do resultado de junho (0,25%). No ano, o INPC acumula alta de 2,95% e, nos últimos 12 meses, de 4,06%.

Os produtos alimentícios caíram 0,95% em julho, depois de subirem 0,44% em junho. Já os produtos não alimentícios aceleraram de 0,19% em junho para 0,65% em julho.