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O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira (14) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem demonstrado “obstinação” na busca por uma política fiscal transparente, sustentável e socialmente justa e tem “clareza” do que precisa ser feito na seara fiscal.
“Desde o início, o ministro Fernando Haddad vem reforçando essa visão de que a política fiscal e monetária devem trabalhar em harmonia, dois braços do mesmo corpo, como ele sempre cita. E acho que existe bastante clareza, na visão dele, sobre o diagnóstico e o que precisa ser feito, isso está bastante claro na agenda da Fazenda”, afirmou o diretor, em evento do Itaú Unibanco, em São Paulo.
Galípolo, que foi secretário-executivo da Fazenda na gestão Haddad, antes de ter sido indicado ao BC, afirmou que as “dores” em relação à política fiscal têm a ver com o fato de que a dinâmica da política impede com que notícias positivas sejam produzidas na velocidade que o mercado demanda. A ausência das notícias, ele disse, acaba gerando ceticismo.
Meta de inflação
O futuro presidente repetiu, ainda, o compromisso de que o BC vai buscar o centro da meta de inflação, de 3%, com os instrumentos à sua disposição. “O Banco Central tem uma meta e a função de reação do Banco Central vai sempre se dar pela persecução da meta, e essa persecução da meta pode ser feita com mais ou menos custo, a depender de uma série de variáveis que o Banco Central às vezes não tem controle”, ele disse.
Ele acrescentou que, pelo lado da Fazenda, a gestão das contradições entre expectativas é mais complexa do que no caso da política monetária. “Mas, conhecendo o meu amigo Haddad, ele é a pessoa vocacionada, a carreira dele o vocacionou para ser essa pessoa que encarna a produção de sínteses”, afirmou.
Atuação do BC no câmbio
O diretor de Política Monetária do Banco Central disse ainda que a afirmação de que a autarquia só intervém no mercado de câmbio em momentos de disfuncionalidade foi “mal interpretada”, em um período de “excepcionalidade”, como um sinal de que não haveria interferências em caso de uma desvalorização do real.
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“A gente depois, inclusive, e o Roberto Campos Neto [atual presidente do BC] puxou isso, veio adequando a comunicação para dizer que não há nenhuma mudança do ponto de vista de institucionalidade do consumo desses dados e da lógica de atuação”, afirmou Galípolo.
O diretor reiterou que o regime de câmbio do Brasil é flutuante e que a taxa serve como um amortecedor para eventuais choques. A atuação do BC, ele repetiu, ocorre dentro de uma institucionalidade e exclusivamente por problemas de liquidez ou excesso de volatilidade, sem perseguir nenhum nível de câmbio.