Famílias e empresas honraram dívida mesmo com juro alto, aponta relatório do Fed

Para a vice-presidente da autoridade, Lael Brainard, ao longo do período, o endividamento das famílias e das empresas ficou geralmente estável

Estadão Conteúdo

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O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) divulgou nesta sexta-feira, 4, seu Relatório de Estabilidade Financeira referente aos últimos seis meses. Para a vice-presidente da autoridade, Lael Brainard, ao longo do período, o endividamento das famílias e das empresas manteve-se geralmente estável e, no agregado, ambas mantiveram a capacidade de cobrir o serviço da dívida, apesar do aumento das taxas de juro.

Já o ambiente atual de aperto rápido e sincronizado da política monetária global, inflação elevada e alta incerteza associada à pandemia e à guerra aumenta o risco de que um choque possa levar à amplificação de vulnerabilidades, avalia a dirigente. Em sua visão, isto poderia ocorrer, por exemplo, devido à liquidez tensa nos principais mercados financeiros ou alavancagem oculta.

“É importante estar atento aos riscos levantados no relatório e trabalhar com reguladores nacionais e internacionais para apoiar a resiliência do sistema financeiro”, afirmou Brainard. Entre os pontos colocados pela publicação, movimentos acentuados nas taxas de câmbio podem representar riscos para as instituições que estão protegendo posições em dólar e para o funcionamento do mercado. Além disso, o valor mais alto do dólar pode aumentar o estresse de quaisquer emergentes que tenham montantes significativos de dívida em dólar que não sejam cobertos nem compensados por ativos ou receitas em dólares.

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As preocupações com o crescimento global em meio ao aumento das taxas de juros nas economias avançadas também levaram a saídas de portfólio de emergentes, avalia. A invasão da Ucrânia pela Rússia continua a causar um grande choque adverso de oferta à economia europeia que pode representar desafios para a resiliência financeira de famílias, empresas, instituições financeiras e governos em toda a região, aponta a publicação.

Além disso, há destaque para a China. Juntamente com as interrupções na atividade decorrentes da contenção em curso da covid-19, a desaceleração nos mercados imobiliários contribuiu para um crescimento excepcionalmente fraco na China este ano, levando ao aumento do desemprego, saídas de capital e depreciação do yuan em relação ao dólar, avalia o relatório.