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Nova York (Reuters) – As falas de alguns diretores do Federal Reserve (Fed o banco central americano) nesta semana fortalecem o cenário de que as taxas de juros nos Estados Unidos devem permanecer altas por mais tempo e que os esperados cortes, quando vierem, podem ser menores que o previsto. Especialmente após dados recentes de atividade, emprego e inflação.
Na reunião de política monetária do Fed em março, as autoridades mantiveram a taxa de juros entre 5,25% e 5,5%, onde está desde julho.
A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, disse ter em vista dois cortes na taxa de juros este ano – o sumário de projeções de março ainda apontou para três cortes nas taxas -, em meio às expectativas de que ainda pode levar algum tempo para que a inflação volte aos níveis almejados.
“Ainda espero que vejamos alguma desaceleração da demanda começar e continuar em 2024, e isso ajudará a reduzir a inflação no final do ano”, disse Collins em uma entrevista à Reuters na quinta-feira.
Suas falas foram feitas após um discurso em que ela disse que o Fed provavelmente reduzirá sua taxa de juros em algum momento deste ano, mas que as incertezas e os riscos em relação à inflação significam que o Fed precisa tomar um tempo antes de fazer isso. A força do mercado de trabalho e da economia em geral dá tempo para essa paciência, disse ela.
Quanto ao momento em que o Fed começará a cortar os juros, “os dados continuam voláteis e com ruídos, e há muitas incertezas”, disse Collins. “Não temos uma bola de cristal em termos de como as coisas vão se desenrolar” e isso significa que não é possível dizer quando o Fed reduzirá sua meta para a taxa de juros.
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A opinião de Collins é similar à do presidente do Fed de Nova York., John Williams, que em discurso nesta semana declarou que “a política monetária está atualmente em um “bom lugar” e que “não há necessidade clara de ajustar a política monetária no curto prazo”, dada a situação atual da economia.
Ele indicou a repórteres que os recentes retrocessos na inflação não foram motivo de surpresa para as autoridades e que, se houve surpresas, foi a rapidez com que as pressões sobre os preços diminuíram no ano passado.
Outra autoridade do Fed, a diretora Michelle Bowman, chegou a abordar a possibilidade de elevar os juros novamente se houver mais retrocessos na inflação.
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Entretanto, Williams disse em seus comentários aos repórteres que um aumento é improvável. “É claro que há circunstâncias em que precisaríamos de juros mais altos, mas esse não é o meu caso base”, disse Williams.