Estoque de crédito cresce 1,2% em setembro, com inadimplência estável em 4,5%

O estoque atingiu R$ 6,180 trilhões, uma alta de 9,9% no acumulado dos últimos 12 meses; taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com bancos permaneceu em 4,5% em setembro, mesmo nível de agosto

Estadão Conteúdo

Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)
Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)

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O saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 1,2% em setembro, na comparação com agosto, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 30. O estoque atingiu R$ 6,180 trilhões, uma alta de 9,9% no acumulado dos últimos 12 meses.

O saldo para pessoas físicas avançou 1,0% na margem e o de empresas subiu 1,6% na passagem de agosto para setembro.

O estoque de crédito livre aumentou 1,4%, enquanto o do crédito direcionado, com recursos do BNDES e poupança, cresceu 1,0%. Entre os recursos livres, o saldo para pessoas físicas avançou 0,7% e o estoque para as empresas subiu 2,4%.

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O total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 53,9% (dado revisado) para 54,2% entre agosto e setembro.

Inadimplência

A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com bancos permaneceu em 4,5% em setembro, o mesmo nível de agosto, informou o Banco Central. A taxa para pessoas físicas também ficou estável, em 5,6%, enquanto a de empresas oscilou para baixo, de 3,0% para 2,9%.

A inadimplência do crédito direcionado, com recursos da poupança e do BNDES, se manteve em 1,5%. Considerando o crédito total, que inclui o livre e o direcionado, a taxa permaneceu em 3,2%.

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Endividamento das famílias resiste

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 47,8% em julho (dado revisado) para 47,9% em agosto, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 30. O recorde histórico foi atingido em julho de 2022, com 49,9%. Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento passou de 30,0% em julho para 29,9% em agosto.

O programa Desenrola, encerrado em maio, promoveu a renegociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Ministério da Fazenda, ele levou a uma queda de 8,7% na inadimplência da população de baixa renda, público prioritário do programa.

Das 15,06 milhões de pessoas atendidas, 5 milhões eram desse grupo e negociaram, somados, R$ 25,43 bilhões em débitos.

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O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) aumentou de 26,4% em julho (revisado) para 26,8% em agosto. Sem contar os empréstimos imobiliários, ele variou de 24,3% (revisado) para 24,7% no período.

Juros e custo do crédito

A taxa média de juros no crédito livre passou de 39,8% ao ano em agosto para 39,9% em setembro, informou o Banco Central. Em setembro de 2023, a taxa era de 43,3%.

O juro médio do crédito livre para pessoas físicas subiu de 51,9% em agosto para 52,4% em setembro. Para empresas, a taxa recuou de 21,0% (dado revisado) para 20,7%.

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A taxa do cheque especial subiu de 132,9% (dado revisado) para 137,1% no período. A do crédito pessoal ficou estável em 42,1%.

Os bancos brasileiros oferecem parcelamento de dívidas no cheque especial desde 2018, válida para débitos maiores que R$ 200. Em 2020, o BC passou a limitar os juros do cheque especial a 8% ao mês, ou 151,82% ao ano.

O juro médio no crédito para aquisição de veículos passou de 25,7% em agosto (dado revisado) para 25,5% em setembro.

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A taxa média no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), passou de 27,7% para 27,6% no período. Em setembro de 2023, ela estava em 30,2%.

O Indicador de Custo de Crédito (ICC) também ficou estável em 21,8% de agosto para esta leitura. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque. Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.