Estoque de crédito cai 0,2% em julho, para R$ 5,4 trilhões e mantém desaceleração em 12 meses

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo no aumentou 8,2%, abaixo dos 9,2% observados em junho

Roberto de Lira

Dinheiro (Shutterstock)
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O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional caiu 0,2% em julho para R$ 5,4 trilhões, informou nesta segunda-feira (28) o Banco Central do Brasil . O resultado decorreu da diminuição de 1,1% no saldo das operações de crédito com pessoas jurídicas, que atingiu R$ 2,1 trilhões, ante um crescimento de 0,4% nas realizadas com pessoas físicas, que chegou a R$ 3,3 trilhões.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo das operações de crédito do SFN aumentou 8,2% – abaixo dos 9,2% observados em junho -, mantendo a trajetória de desaceleração observada desde meados de 2022.

Por segmento, na comparação interanual, o saldo de crédito para empresas registrou taxas menores no mês, de uma lata de 3,5% em junho para 2,7% em julho. Para as famílias, a expansão foi de 12,1% em julho, ante 13,2% um mês antes.

O saldo das operações de crédito com recursos livres atingiu R$ 3,2 trilhões, uma redução de 0,8% no mês, mas com crescimento de 5,5% em 12 meses. Já o crédito livre para empresas totalizou R$ 1,3 trilhão em julho, com declínios de 2,3% no mês e de 0,6% comparativamente ao mesmo mês de 2022.

Houve diminuições das carteiras de desconto de duplicatas (-7,6%), após movimento sazonal de expansão ocorrido no mês anterior, antecipação de faturas de cartão de crédito (-12,8%), capital de giro total (-1,0%), cartão de crédito rotativo (-36,1%) e adiantamento de contratos de câmbio – ACC (-2,2%).

O saldo de crédito com recursos livres às famílias somou R$ 1,8 trilhão em julho, com incrementos de 0,3% no mês e de 10,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho concentrou-se, principalmente, nas carteiras de cartão de crédito à vista, financiamento para a aquisição de veículos e crédito pessoal consignado para trabalhadores do setor público, com aumentos de 1,2%, 0,7% e 0,4%, respectivamente.

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Já o saldo de crédito com recursos direcionados atingiu R$ 2,2 trilhões, com elevações de 0,7% no mês e de 12,5% em doze meses. Esse resultado decorreu da evolução das carteiras de crédito às pessoas jurídicas e às pessoas físicas, que registraram crescimentos mensais de 1,0% e 0,6%, respectivamente, e de 9,0% e 14,3% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, na mesma ordem.

Novas contratações nominais de crédito totalizaram R$ 488,0 bilhões em julho. Nas séries sazonalmente ajustadas, as novas contratações cresceram 0,7%, com expansão de 2,6% nas contratações pactuadas com as famílias em contraposição a redução de 3,6% nas com as empresas.

Nos doze meses acumulados até julho, as novas contratações nominais aumentaram 7,8%, com incrementos de 3,3% no crédito a pessoas jurídicas e de 11,6% no crédito às pessoas físicas. As concessões médias diárias em julho deste ano registraram queda de 5,4% em relação a junho.

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Crédito ampliado

Em julho, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro situou-se em R$ 15,2 trilhões (146,2% do PIB), com redução de 0,5% no mês. Essa variação decorreu principalmente da queda de 2,1% no saldo da dívida externa, associada à apreciação cambial de 1,6%.

Na comparação interanual, o crédito ampliado manteve a trajetória de desaceleração iniciada em março, com crescimento em doze meses de 7,0%, ante 7,8% registrado em junho deste ano.

O crédito ampliado a empresas situou-se em R$5,2 trilhões (49,9% do PIB), com redução de 0,8% no mês, influenciada principalmente pela retração de 2,0% na dívida externa. Na comparação com julho de 2022, a expansão de 6,2% refletiu destacadamente o aumento de 24,7% em títulos de dívida.

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O crédito ampliado às famílias alcançou R$3,6 trilhões (34,3% do PIB) em julho, com expansão de 0,4% no mês e expansão de 11,3% em doze meses, em função do incremento nos empréstimos do SFN.

Juros e inadimplência

A taxa média de juros das novas concessões diminuiu 0,3 ponto percentual em julho na comparação mensal e cresceu 1,7 p.p. em doze meses ao atingir 31,4% ao ano. O spread bancário das novas concessões atingiu 21,9 p.p., com redução de 0,1 p.p. no mês e incremento de 3,1 p.p. comparativamente ao mesmo período do ano anterior.

Nas operações de crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 44,3% a.a. em julho, com diminuição mensal de 0,3 p.p. e expansão de 3,9 p.p. em doze meses.

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O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, situou-se em 22,5% a.a., redução de 0,1 p.p. no mês e aumento de 1,7 p.p. em 12 meses.

A inadimplência do crédito total do SFN manteve-se estável no mês, situando-se em 3,6%. Por segmento, a inadimplência aumentou 0,1 p.p. para a carteira de pessoas jurídicas e permaneceu estável na carteira de pessoas físicas ao situar-se, respectivamente, em 2,7% e 4,2%.

No crédito livre, a inadimplência alcançou 5,0% em julho, alta mensal de 0,1 p.p. Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito às pessoas jurídicas atingiu 3,3%, com aumento mensal de 0,2 p.p. concentrado na carteira de desconto de duplicatas e recebíveis (+0,9 p.p.). Na carteira de crédito livre às pessoas físicas, a inadimplência diminuiu 0,1 p.p. no mês, totalizando 6,2%.

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O endividamento das famílias situou-se em 48,3% em junho, com queda de 0,5 p.p. no mês e de 1,6 p.p. em doze meses. Nas mesmas bases de comparação, o comprometimento de renda aumentou 0,2 p.p. em junho e 1,5 p.p. em doze meses, situando-se em 28,3%.

A base monetária somou R$ 394,9 bilhões no mês de julho, o que representou uma redução de 2% no mês e um aumento de 1,4% em doze meses. No mês, o volume de papel-moeda em circulação cresceu 1,2% e as reservas bancárias diminuíram 17,7%.