SÃO PAULO — Os Estados Unidos detêm 30% da riqueza do mundo, um total de US$ 105,99 trilhões. Na segunda posição, a China aparece com US$ 63,83 trilhões (17,7%). O Japão completa o pódio, com US$ 24,99 trilhões (6,93%).
As informações são do relatório anual de riqueza global do Credit Suisse, referente a 2019, ilustradas no infográfico do HowMuch. O banco suíço define riqueza, ou “patrimônio líquido”, como a soma total de todos os ativos financeiros menos todas as dívidas.
Em conjunto, os países da Ásia têm um patrimônio líquido mais alto que os Estados Unidos, totalizando US$ 141,21 trilhões, ou cerca de 39% da riqueza global.
Segundo o Credit, a China ultrapassou os EUA pela primeira vez em quantidade de milionários nos 10% mais ricos do mundo, chegando a 100 milhões de pessoas — os EUA têm 99 milhões de membros no grupo.
Do outro lado, o estudo do banco suíço evidencia a diferença enorme entre as regiões mais ricas e mais pobres do mundo. A África e a América Latina controlam apenas 1,14% e 2,75% da riqueza do mundo, respectivamente.
Já os EUA, a Europa e a China controlam quantidades comparáveis da riqueza do mundo, indicando a importância das relações comerciais entre essas regiões para a economia global.
O Brasil, com US$ 3,54 trilhões, lidera com folga na América Latina. A riqueza do país é maior do que a do México, por exemplo, de US$ 2,7 trilhões, mas é a metade da detida pela Coreia do Sul (US$ 7,03 trilhões). Veja o gráfico abaixo.
Veja a lista dos 10 países que lideram o ranking global de riqueza do Credit Suisse:
- Estados Unidos (US$ 105,99 trilhões)
- China (US$ 63,83 trilhões)
- Japão (US$ 24,99 trilhões)
- Alemanha (US$ 14,66 trilhões)
- Reino Unido (US$ 14,34 trilhões)
- França (US$ 13,73 trilhões)
- Índia (US$ 12,61 trilhões)
- Itália (US$ 11,36 trilhões)
- Canadá (US$ 8,57 trilhões)
- Espanha (US$ 7,77 trilhões)
Brasil e América Latina
“Alguns fatores justificam a baixa participação da América Latina na riqueza global. Um deles é histórico: a região entrou no capitalismo industrial tardiamente, muito tempo depois do resto do mundo”, explica Fernando Ribeiro Leite, professor de economia do Insper.
O economista também aponta como fator que atrapalha a região seus problemas característicos, como o histórico de falta de controle na balança de pagamentos, casos de calotes de dívidas, cenário político conturbado, hiperinflação etc.
“Nos últimos governos que tivemos aqui no Brasil, não houve foco em acordos multilaterais que facilitassem o comércio exterior. O Brasil, assim como seus pares na América Latina, ainda é muito fechado para o resto do mundo”, disse o professor.
“O Brasil não pode fazer um acordo tarifário aduaneiro porque o Mercosul supõe que a tarifa dos países membros tem que ser a mesma. É um dilema que está colocado: desmanchamos o Mercosul para nos aproximarmos de nações comercialmente mais importantes ou permanecemos no grupo e tentamos fortalecê-lo?”, completou.
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