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SÃO PAULO – Na esteira de dados sólidos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na quarta-feira (29), o mercado financeiro repercute nesta quinta-feira (30) os dados de emprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), com números melhores do que o estimado.
No trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupação foi para 13,7%, o que corresponde a 14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado, que veio abaixo da mediana do consenso Refinitiv, de 13,9%, mostra uma redução de 1 ponto percentual em relação ao apresentado no trimestre encerrado em abril.
Apesar disso, o emprego ainda está 3,2 milhões abaixo do nível pré-pandemia (emprego formal com queda de 1,9 milhão; e informal, com baixa de 1,3 milhão), e a força de trabalho ativa segue em 1,2 milhão abaixo do nível pré-pandemia, destaca Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs.
“Dado o aumento demográfico na população em idade ativa, o contingente de indivíduos fora da força de trabalho tem diminuído, mas ainda está 6,3 milhões acima do nível pré-pandemia”, escreve, em relatório.
Ramos chama atenção para o fato de que a recuperação do emprego tem sido liderada pelo setor informal, mas que nos últimos meses o emprego formal também acelerou. A expectativa, contudo, é de que o mercado de trabalho permaneça fraco por algum tempo, especialmente quando se leva em consideração a expectativa de crescimento abaixo da tendência em 2022.
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Na avaliação de Ramos, a taxa de desemprego deverá permanecer em dois dígitos por um “longo período”, dado o número ainda considerável de trabalhadores desencorajados fora da força de trabalho (5,4 milhões), que tende a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa em uma taxa mais rápida do que a criação de novas vagas.
A XP projeta que a taxa de desemprego encerrará 2021 a 12,8% (de 14,7% em 2020), com base na série dessazonalizada. Para o final de 2022, a perspectiva é de taxa de desocupação em 12,3%. Para as médias anuais, a expectativa é de 13,8% e 12,6%.
A equipe de análise prevê que a população ocupada total retornará aos níveis pré-pandemia (aproximadamente 93,5 milhões de pessoas) no quarto trimestre de 2022.
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Caged
Ontem, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o mercado de trabalho formal teve uma criação líquida de 372,3 mil vagas em agosto, acima das expectativas do mercado.
No período, as contratações cresceram 3,3% na base mensal, para 1,77 milhão, em linha com a publicação anterior. Já o total de desligamentos subiu 5,4%, para 1,47 milhão.
Todos os principais setores econômicos apresentaram adição líquida de ocupações. O setor de serviços, contudo, foi o principal destaque do mês, já que seu saldo mensal de empregos com carteira assinada totalizou 142 mil.
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Em relatório, a XP avalia que a criação de empregos seguirá exibindo resultados sólidos nos próximos meses.
“A recuperação do nível de emprego é um dos principais fatores que nos levam a projetar crescimento superior a 1% para o PIB Brasileiro em 2022, a despeito de uma série de ‘ventos contrários’ no cenário de atividade econômica do próximo ano, como elevação das taxas de juros, gargalos nas cadeias de suprimentos e crise hídrica-energética”, escrevem os economistas.
Segundo a XP, os efeitos graduais do menor número de acordos empregatícios regidos pelo Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) e a desaceleração no ritmo de contratações dos setores de comércio e serviços a partir do 4º trimestre de 2021, faz com que a casa projete uma criação líquida de saldo formal mais moderada para 2022, com média mensal de 130 mil.
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Para o ano completo de 2021, a XP projeta criação líquida de 2,75 milhões de empregos formais.
Já a CM Capital projeta dados mais positivos para os próximos meses, podendo haver crescimento das vagas formais acima do dado divulgado na véspera. No médio prazo, no entanto, a casa avalia que a intensidade da abertura de empregos tende a ser menor.
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