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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta sexta-feira que é necessário reduzir o hiato do produto e desacelerar a economia brasileira para levar a inflação em direção à meta perseguida pela instituição, de 3%.
Em evento promovido pelo Banco de Portugal em Lisboa, Guillen afirmou que a autoridade monetária vê o hiato do produto como positivo no Brasil, mas com potencial de se tornar negativo em seis trimestres.
O hiato do produto representa a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) do país e seu PIB potencial. Assim, um hiato positivo traz pressões inflacionárias para a economia.
O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O dado mais recente da inflação oficial, medida pelo IPCA, indicou alta de preços acumulada de 4,56% nos 12 meses até janeiro.
Para reconduzir a inflação à meta, o BC está em um ciclo de elevação da taxa básica Selic, hoje em 13,25% ao ano.
Em sua apresentação, Guillen pontuou que o cenário prospectivo do BC pressupõe uma desaceleração da atividade econômica no Brasil, fator visto como parte do “processo de transmissão da política monetária e elemento necessário para convergência da inflação à meta”.
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Guillen lembrou em sua fala que o BC está atualmente em um ciclo de aperto monetário e que a meta de inflação perseguida é de 3%. Ele também reforçou o desconforto do BC com as expectativas de inflação, que seguem desancoradas.
Ao tratar do PIB brasileiro, Guillen destacou que os dados referentes a 2024, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vieram um pouco mais fracos que o esperado, com consumo das famílias também abaixo, sugerindo moderação nesta rubrica.
Conforme o IBGE, o Brasil cresceu 3,4% em 2024, abaixo da expectativa de 3,5% do governo. Além disso, houve expansão de 0,2% no quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre, contra previsão em pesquisa da Reuters de alta de 0,5%.
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Guillen pontuou ainda que os dados mais recentes dão sinais de que “alguma moderação” no mercado de trabalho pode estar começando, mas defendeu cautela na análise dos números.