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SÃO PAULO – João Doria, governador de São Paulo, anunciou nesta quarta-feira (2) que toda a população vacinável que reside em São Paulo será vacinada pelo menos com a primeira dose até 31 de outubro de 2021. Vale lembrar que a depender da vacina aplicada na pessoa esse prazo pode se estender.
“São Paulo é o estado que mais vacina no país. Finalizamos o planejamento do PEI [Plano Estadual de Imunização] e decidimos o calendário de vacinação”, explicou Dória em coletiva realizada nesta quarta-feira (26) no Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com o vacinômetro, até 13h desta quarta, em São Paulo, 17.575.160 doses já foram aplicadas, sendo 11.797.900 primeiras doses e 5.776.260 pessoas já com a segunda dose. Na prática, 12,5% da população adulta já tomou as duas doses e a ideia é acelerar o processo de vacinação para cumprir o prazo anunciado.
Além disso, nesta quarta-feira (2) se deu o início da vacinação para pessoas pessoas com comorbidades e portadores de deficiência entre 30 e 39 anos. E na próxima segunda-feira (7) terá início a vacinação da última faixa etária desse grupo entre 18 e 29 anos. Esse grupo entre 18 e 39 anos representa 1.750 milhão de pessoas.
Regiane de Paula, coordenadora geral do programa estadual de imunização, ressaltou que, por enquanto, nenhuma vacina autorizada em território brasileiro permite a aplicação em crianças e adolescentes menores de 18 anos.
“Por isso, nosso calendário, até 31 de outubro vai até essa faixa etária de 18 anos. À medida que mais vacinas chegarem ou que a Anvisa autorize a aplicação da Pfizer, por exemplo, poderemos abrir uma faixa de 16 anos”, afirmou.
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Confira o calendário planejado:
A partir de quando o grupo poderá ser vacinado | Público-alvo |
14 de maio | Pessoas com comorbidades e Pessoas com deficiência entre 50 e 54 anos |
17 de maio | Grávidas e puérperas acima de 18 anos |
21 de maio | Pessoas com comorbidades e Pessoas com deficiência entre 45 e 49 anos |
28 de maio | Pessoas com comorbidades e Pessoas com deficiência entre 40 e 44 anos Trabalhadores de aeroportos (Congonhas, Cumbica e Viracopos) |
1º de junho | Trabalhadores de portos (Santos) |
2 de junho | Pessoas com comorbidades e portadores de deficiência entre 30 e 39 anos |
7 de junho | Pessoas com comorbidades e portadores de deficiência entre 18 e 29 anos |
9 de junho | Profissionais da educação entre 45 e 46 anos |
1° de julho | Pessoas entre 55 e 59 anos |
21 de julho | Profissionais da educação entre 18 e 46 anos |
02 de agosto | Pessoas entre 50 e 54 anos |
17 de agosto | Pessoas entre 45 e 49 anos |
1° de setembro | Pessoas entre 40 e 44 anos |
11 de setembro | Pessoas entre 35 e 39 anos |
21 de setembro | Pessoas entre 30 e 34 anos |
1 de outubro | Pessoas entre 25 e 29 anos |
11 de outubro | Pessoas entre 18 e 24 anos |
Regiane explicou que esse calendário foi formulado baseado nas estimativas de chegada de vacinas que o Ministério da Saúde informa em seu site.
“O Ministério da Saúde tem uma projeção de vacinas e renova de forma periódica, incluindo ou retirando vacinas. Em junho, inclusive tivemos uma redução na comparação com o previsto. Enquanto PEI escolhemos trabalhar com um índice redutor: trabalhamos com uma projeção menor baseada nos meses que o Ministério da Saúde reduziu esse quantitativo de vacinas para ter a certeza de que se a entrega de vacinas for feita conforme projeção do ministério, e mesmo com uma possível redução de doses, poderemos vacinas toda a população adulta”, explicou.
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O governo de São Paulo comprou do laboratório chinês Sinovac, que produz a Coronavac, mais 30 milhões de doses adicionais que estão previstas para chegar em setembro. “E vamos usá-las se necessário. Esse calendário não inclui essa remessa de 30 milhões, mas poderemos contar com ela. E repito: todos os brasileiros de São Paulo estarão vacinados até 31 de outubro”, disse Doria.
Ele também confirmou que no próximo dia 28 de junho São Paulo receberá 6 mil litros de insumos vindos da China. “Esse volume será suficiente para produzir mais 10 milhões de doses da Coronavac. Com isso, chegaremos a 60 milhões de doses produzidas pelo Butantan no total, que serão todas entregues ao Ministério da Saúde”, afirmou.
Aprovação da Coronavac pela OMS
Nesta terça-feira (1), a Organização Mundial da Saúde (OMS) autorizou o uso emergencial da Coronavac, o que permite que a vacina seja incluída no Covax Facility, programa global para proporcionar vacinas sobretudo para países pobres que enfrentam problemas de suprimento.
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Conforme o InfoMoney já explicou em outra matéria, a Comissão Europeia, instituição que defende os interesses da União Europeia, fez uma proposta para permitir viagens não essenciais de turistas estrangeiros para o bloco, porém, com algumas condições de entrada: entre elas, os turistas deveriam ter recebido há pelo menos duas semanas todas as doses necessárias de vacinas contra Covid-19 aprovadas pelo bloco europeu.
Embora a Coronavac não tenha sido aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), uma listagem de emergência da OMS é um sinal para as agências reguladoras locais de que o imunizante é seguro e eficaz.
Com a aprovação da Coronavac pela OMS, Doria afirmou que o governo de estado enviou cartas à comunidade europeia pedindo para que a Coronavac seja aceita no bloco europeu.
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“Enviei hoje pela manhã cartas à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu solicitando a inclusão da Coronavac na lista de vacinas autorizadas no bloco a fim de liberar viajantes brasileiros que queiram ir para a região a trabalho ou mesmo a lazer”, afirmou Doria.
Patricia Ellen, secretaria de desenvolvimento econômico, ressaltou que essa liberação das vacinas em países da Europa é muito importante do ponto de vista econômico.
“O impacto é muito grande. Muitas das viagens internacionais hoje estão limitadas. As pessoas que tomaram a Coronavac ainda precisam fazer quarentena na chegada nestes países. Então, em uma viagem de negócios de três, quatro dias eram necessários 14 dia adicionais devido à quarentena, podendo resultar em perdas de negócios em um momento em que a retomada é prioridade”, disse.
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A continuação da produção da Coronavac depende da chegada desse novo lote de insumos. “Estamos na produção da ButanVac [nova vacina produzida pelo Butatan] enquanto os insumos de junho não chegarem”, pontuou Rui Curi, diretor executivo do Butantan.
Doria acrescentou que o Butantan atendeu todos os pedidos de informações adicionais solicitados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em relação á aprovação dos testes da ButanVac. “Estamos esperando que até o fim dessa semana, no máximo no início da semana que vem, já tenhamos uma resposta da Anvisa. As expectativas são positivas”, afirmou o governador.
Aumento nas internações
Jean Gorinchteyn, secretário da saúde, que também estava na coletiva atualizou os dados do estado em relação a casos, mortes e internações.
Segundo ele, estamos na 22ª semana epidemiológica de 2021 e São Paulo registra, no total, 3.314.631 casos confirmados e 112.927 mortes.
A taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está em 81,2% no estado (0,7% a mais do que o registrado na semana passada), e em 79,9% na Grande SP – 2,9% a mais do que o apresentado no período mencionado.
São 10.925 pessoas internadas no total, cerca de 3,6% a mais do que o registrado na última quarta (26) também. Houve também um aumento no número de óbitos de 3,6% para 518 mortes nesta 22ª semana epidemiológica.
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