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A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Cleveland, Loretta Mester, afirmou, nesta quinta-feira (20) que a autoridade monetária terá que aumentar juros ao pico superior a 5% e mantê-lo nesse nível por algum tempo. Atualmente, a taxa básica está na faixa entre 4,75% e 5,00%.
Em discurso em Ohio, a dirigente reconheceu progressos recentes na estabilização de preços, mas reforçou que a inflação segue “muito alta” nos Estados Unidos e demonstra sinais de estar “teimosa”. “A demanda ainda está superando a oferta nos mercados de produtos e de trabalho”, explicou.
Loretta Mester, que não tem direito a voto nas reuniões deste ano do Comitê Federal Aberto (Fomc), assegurou que o ciclo de aperto monetário está mais perto do fim.
“Precisamente quanto mais alta a taxa dos Fed Funds precisará ir a partir daqui e por quanto tempo a política precisará permanecer restritiva dependerão dos desdobramentos econômicos e financeiros”, comentou a dirigente.
Prudência
Loretta Mester defendeu ainda que o banco central norte-americano deve adotar uma postura “prudente” na definição dos processos passos da política monetária. Ela explicou que parte dos efeitos do aperto recente ainda serão sentidos na atividade econômica e dos preços. “À medida que coletamos e avaliamos essas informações, estou preparado para mudar meus pontos de vista sobre a economia e a política monetária apropriada conforme as mudanças nas condições o justifiquem”, disse.
Acrescentou que prevê que a inflação nos EUA cairá a cerca de 3,75% até o fim do ano e voltará à meta de 2% em 2025. Já a taxa de desemprego deve subir a cerca de 4,5% e 4,75% em 2023, na visão dela. “A demanda subjacente permanece resiliente, mas a atividade econômica começou a desacelerar”, disse.
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A dirigente reforçou ainda o compromisso do Fed em tomar medidas necessárias garantir a solidez do sistema financeiro. Segundo ela, os estresses recentes no setor bancário arrefeceram, mas pode haver um impacto negativo nos padrões de empréstimo. “Precisaremos continuar avaliando a magnitude e a duração desses efeitos nas condições de crédito para nos ajudar a calibrar a trajetória adequada da política monetária daqui para frente”, disse.