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(Reuters) – O Federal Reserve deveria adiar o início dos cortes em sua taxa básica de juros até perto do final deste ano, disse nesta quarta-feira (3) o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, ao manter sua opinião de que o banco central dos Estados Unidos só deve reduzir os custos dos empréstimos uma vez ao longo de 2024.
“Vimos a inflação se tornar muito mais irregular”, disse Bostic em uma entrevista à emissora CNBC. “Se a economia evoluir como eu espero e se observarmos uma robustez contínua no PIB e no emprego, e um declínio lento na inflação ao longo do ano, acho que será apropriado começarmos a reduzir no final deste ano, no quarto trimestre.”
A linha mais cautelosa também foi adotada na terça-feira pela presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, que num discurso em evento local citou que ainda precisava ver os dados confirmarem um movimento de corte seria possível. Mester, que se aposentará em junho, é atualmente membro votante do Fomc, o comitê de política monetária do Fed.
“Se a economia evoluir conforme o esperado, em minha opinião, será apropriado que o Fomc comece a reduzir a taxa de juros ainda este ano, conforme a inflação continuar em sua trajetória descendente rumo a 2% e o mercado de trabalho e o crescimento econômico permanecerem sólidos”, disse num encontro realizado pela National Association for Business Economics.
A próxima reunião do Fed será entre 30 de abril e 1º de maio. Na última reunião do Fomc, em março, as autoridades mantiveram a taxa de juros na faixa entre 5,25% e 5,5% e continuaram a prever três cortes este ano. Mas a força dos dados de inflação no início do ano colocou em dúvida quando o Fed pode dar início aos cortes e até onde ele poderá ir.