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SÃO PAULO – O diretor do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta sexta-feira (24) que não há um limite para o patamar do dólar, mas a volatilidade do câmbio incomoda a autoridade monetária.
“Estamos estudando o que fazer, pois os instrumentos não são ainda adequados para isso. Antes de adotar um remédio precisamos entender qual é a doença”, explicou em webinar realizado pela XP Investimentos.
Apesar das dificuldades, Serra destacou que o BC tem capacidade para atuar no mercado em qualquer direção necessária.
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Um ponto levantado durante o debate foi que a volatilidade ocorre principalmente no curto prazo e pode estar ligada ao perfil dos novos agentes no mercado, como fundos quantitativos de alta frequência e pessoas físicas.
“O aumento dos quants e o crescimento da importância do investidor individual ocorreu ao mesmo tempo em que a volatilidade aumentou. Não é possível ainda estabelecer relação causal, mas é algo interessante de ser notado.”
Nesse caso, Serra entende que, para conter as oscilações bruscas da moeda, o BC precisaria atuar nas duas direções do mercado de câmbio, algo que poderia, na sua opinião, trazer mais ônus que benefícios.
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Intervenção bem-sucedida
Bruno Serra defendeu as atitudes tomadas pelo BC para enfrentar a crise do coronavírus, ressaltando que a autorização para o uso da Letra Financeira Garantida por Operações de Crédito (LFG) permitiu à autoridade monetária atuar como instituição para empréstimos de última instância. “Entendemos que deveríamos expandir a oferta de liquidez e o fizemos, oferecendo crédito a mais de 40 instituições financeiras”, contou.
Para ele, fornecer liquidez nos momentos mais críticos da crise era mais importante do que decidir o tamanho do corte de juros.
Ele comemorou ainda a redução de um terço do overhedge, que ocorria por conta da diferença de tributação aqui e lá fora para as variações cambiais sobre patrimônios que os bancos possuem em moeda estrangeira no exterior.
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Serra também afirmou acreditar que seja aprovado ainda este ano no Congresso o projeto de modernização cambial e minimizou as discordâncias entre os membros do BC.
“De fato, temos um grupo mais eclético, com formações mais distintas que de diretorias passadas. E isso é positivo. Temos óticas diferentes, mas no fim temos concordado de maneira sistemática na parte substancial.”
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