Déficit corrente supera projeções e atinge US$ 1,6 bi em novembro

Déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em novembro de 2023 somou US$ 33,7 bilhões, o equivalente a 1,56% do PIB

Roberto de Lira

(Foto: Shutterstock)
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O Brasil teve um déficit de transações correntes de US$ 1,6 bilhão em novembro de 2023, um pouco abaixo do déficit de US$ 1,7 bilhão observado no mesmo mês de 2022, segundo dados do balanço de pagamentos divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Banco Central. O resultado veio bem pior que o projetado pelo consenso Refinitiv de analistas, que estimava saldo negativo de US$ 400 milhões.

Na comparação interanual, o superávit comercial brasileiro aumentou US$ 2,0 bilhões, em oposição ao incremento nos déficits em serviços (US$ 921 milhões), na renda primária (US$ 640 milhões) e na renda secundária (US$ 322 milhões).

O déficit em transações correntes nos 12 meses encerrados em novembro de 2023 somou US$ 33,7 bilhões, o equivalente a 1,56% do PIB, ante US$ 33,8 bilhões (1,59% do PIB) no mês anterior e US$ 49,9 bilhões (2,59% do PIB) em novembro de 2022.

Bens

A balança comercial de bens foi superavitária em US$ 6,7 bilhões em novembro de 2023, ante saldo positivo de US$ 4,7 bilhões em novembro de 2022. As exportações de bens totalizaram US$28,1 bilhões, com retração de 1,0% na comparação interanual, enquanto as importações de bens recuaram 9,6%, totalizando US$ 21,4 bilhões.

No acumulado do ano até novembro, o saldo comercial e as exportações de bens registraram, respectivamente, US$ 73,2 bilhões e US$ 315,3 bilhões, números recordes de ambas as séries.

Serviços

O déficit na conta de serviços totalizou US$ 3,6 bilhões em novembro de 2023, ante um déficit de US$ 2,6 bilhões em novembro de 2022. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 934 milhões, um recuo de 37,2% na comparação com novembro de 2022, devido a menores gastos em fretes.

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As despesas líquidas com viagens internacionais alcançaram US$ 527 milhões, um recuo de 17,8% em relação a novembro de 2022, com aumentos de 39,1% nas receitas (para US$ 616 milhões) e de 5,5% nas despesas (para US$ 1,1 bilhão).

As despesas líquidas com aluguel de equipamentos totalizaram US$ 862 milhões, um aumento de 41,5% em comparação a novembro de 2022. As despesas líquidas com serviços de telecomunicação, computação e informações somaram US$ 706 milhões em novembro de 2023, comparativamente a US$205 milhões em novembro de 2022.

Renda primária

O déficit em renda primária somou US$ 4,7 bilhões em novembro de 2023, com aumento de 16,0% comparativamente ao déficit de US$ 4,0 bilhões em novembro de 2022.

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As despesas líquidas com lucros e dividendos de investimentos direto e em carteira totalizaram US$ 3,7 bilhões, elevação de 17,1% ante US$ 3,1 bilhões em novembro de 2022.

Nessa comparação, as despesas brutas com lucros e dividendos aumentaram 8,1%, enquanto as receitas reduziram 6,9%. As despesas líquidas com juros somaram US$1,0 bilhão em novembro de 2023, US$133 milhões superiores ao resultado de novembro do ano anterior.

IDP

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 7,8 bilhões em novembro de 2023, ligeiramente superiores aos US$ 7,6 bilhões de novembro de 2022.

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No mês, houve ingressos líquidos de US$ 6,3 bilhões em participação no capital e de US$ 1,5 bilhão em operações intercompanhia. Acumulado em 12 meses, o IDP totalizou US$ 57,7 bilhões (2,68% do PIB) em novembro de 2023, ante US$ 57,5 bilhões (2,71% do PIB) no mês anterior e US$ 77,1 bilhões (4,01% do PIB) em novembro de 2022.

Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 2,4 bilhões em novembro de 2023, compostos por ingressos líquidos de US$1,6 bilhão em ações e fundos de investimento e de US$ 833 milhões em títulos de dívida.

Nos 12 meses encerrados em novembro de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 13,6 bilhões.

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Reservas internacionais

As reservas internacionais somaram US$ 348,4 bilhões em novembro de 2023, um incremento de US$ 8,2 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços, US$ 4,6 bilhões, e de variações por paridades, US$ 2,3 bilhões. As receitas de juros somaram US$ 651 milhões, informou o BC.