Déficit corrente recua para US$ 230 milhões em outubro e cai para 1,62% do PIB em 12 meses

Investimentos diretos no país somaram ingressos líquidos de US$ 3,3 bilhões em outubro, ante US$ 5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado

Roberto de Lira

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As transações correntes do balanço de pagamentos do Brasil apresentaram déficit de US$ 230 milhões em outubro de 2023, ante resultado também deficitário de US$ 5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado.

Na comparação interanual, o superávit comercial aumentou US$ 5,4 bilhões, o déficit em renda primária recuou US$ 345 milhões e o em serviços permaneceu estável. O superávit em renda secundária diminuiu US$ 147 milhões.

O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em outubro de 2023 somou US$ 34,0 bilhões, o equivalente a 1,62% do PIB, ante US$ 39,6 bilhões (1,91% do PIB) no mês anterior e US$ 56,7 bilhões (3,04% do PIB) em outubro de 2022.

IDP

Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 3,3 bilhões em outubro, ante US$ 5,8 bilhões no mesmo mês do ano passado.

No mês, houve ingressos líquidos de US$ 4,7 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$1,4 bilhão em operações intercompanhias.

O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$ 57,5 bilhões (2,74% do PIB) em outubro de 2023, ante US$ 60,0 bilhões (2,89% do PIB) no mês anterior e US$ 74,5 bilhões (3,99% do PIB) em outubro de 2022.

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Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 2,1 bilhões em outubro de 2023, compostos por ingressos líquidos de US$ 500 milhões em ações e fundos de investimento e de US$ 1,6 bilhão em títulos de dívida.

Nos doze meses encerrados em outubro de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 14,7 bilhões.

Detalhes

A balança comercial de bens registrou superávit de US$ 7,4 bilhões em outubro de 2023, ante saldo positivo de US$ 2,0 bilhões em outubro de 2022. As exportações de bens totalizaram US$ 29,7 bilhões, um aumento de 7,6% na comparação interanual. As importações de bens recuaram 12,7%, na mesma base de comparação, totalizando US$ 22,3 bilhões.

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Já o déficit na conta de serviços totalizou US$ 3,5 bilhões em outubro de 2023, valor próximo ao verificado em outubro de 2022 (US$ 3,6 bilhões).

A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 984 milhões, um recuo de 42,8% na comparação com outubro de 2022, devido a menores gastos em fretes. As despesas líquidas com viagens internacionais alcançaram US$ 679 milhões, com aumento de 3,9% em relação a outubro de 2022.

Houve aumentos de 57,2% nas receitas (para US$ 650 milhões) e de 24,6% nas despesas (para US$ 1,3 bilhão).

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As despesas líquidas com serviços de telecomunicação, computação e informações somaram US$ 790 milhões em outubro de 2023, comparativamente a US$357 milhões em outubro de 2022.

O déficit em renda primária somou US$ 4,2 bilhões em outubro de 2023, redução de 7,6% comparativamente ao déficit de US$ 4,6 bilhões em outubro de 2022. As despesas líquidas com lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 2,8 bilhões, ante US$ 3,5 bilhões em outubro de 2022.

Na comparação interanual, as despesas brutas com lucros e dividendos reduziram 12,3%, enquanto as receitas situaram-se em patamar semelhante ao de outubro de 2022. As despesas líquidas com juros somaram US$ 1,4 bilhão em outubro de 2023, US$ 334 milhões superiores ao resultado de outubro do ano anterior.

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Reservas

As reservas internacionais somaram US$ 340,3 bilhões em outubro de 2023, valor semelhante ao do mês anterior. As variações de preço contribuíram para reduzir o estoque de reservas em US$ 1,0 bilhão. Por outro lado, contribuíram para elevar o estoque as variações de paridade, US$ 232 milhões, e a receita de juros, US$ 627 milhões.