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A decisão de deixar ou não a chinesa Huawei participar do leilão de frequências 5G no Brasil deve ficar para o ano que vem, disse na terça-feira, 20, o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster.
Uma delegação americana deixou claro em visita ao Brasil nesta semana que espera que o país escolha empresas de outras nacionalidades para a construção de sua infraestrutura 5G.
“É razoável que isso seja olhado com a seriedade que requer o assunto e essa decisão eu entendo que vai ser tomada mais para frente, no início do ano que vem”, afirmou Forster em entrevista a correspondentes brasileiros em Washington. “Não se trata de banir essa ou aquela empresa, trata-se de procurar atender ao interesse nacional. É isso que está em jogo”, afirmou o embaixador.
Os EUA têm feito lobby para que a chinesa Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo e o principal nome na corrida pelo oferecimento de tecnologia 5G, seja vetada dos leilões.
Washington argumenta que a empresa é um braço de vigilância do Partido Comunista Chinês. Os chineses negam. Para os americanos, um “caminho limpo” de 5G pressupõe que fornecedores não confiáveis – como a Huawei, na visão dos EUA – devem ser banidos do oferecimento de equipamentos de transmissão, controle ou armazenamento de rede 5G.
Em visita ao Brasil nesta semana, as autoridades americanas disseram que os EUA estão dispostos a financiar “qualquer investimento” no setor de telecomunicações brasileiro.
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O embaixador brasileiro afirmou que o financiamento oferecido pelos americanos está dentro das possibilidades da adesão feita pelo Brasil em março ao programa americano América Cresce. O programa prevê acesso ao fundo de US$ 60 bilhões da Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional para financiamento de projetos de infraestrutura, inclusive tecnológica.
Os EUA duplicaram a capitalização do organismo para financiar empresas americanas e de aliados que ajudem na construção de redes 5G de países que se comprometem em manter as empresas chinesas fora da rede.
“É mais uma possibilidade de crédito com condições melhores que no mercado para financiar essa área de tecnologia. Reitero que é uma decisão que não será tomada em Washington, mas em Brasília”, disse o embaixador brasileiro.