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Os efeitos da crise do Mar Vermelho estão se espalhando. Grandes grupos de comércio varejista e atacadista europeus passaram a pedir soluções mais rápidas e definitivas às autoridades e até a ajuda humanitária para a população do Sudão tem experimentado atrasos.
A EuroCommerce, a principal organização europeia que representa os setores varejista e atacadista, expressou numa carta nesta sexta-feira (16) sua “profunda preocupação com a escalada dos ataques a navios comerciais no Mar Vermelho.
“Gostaríamos de sublinhar a importância crítica de uma ação coordenada por parte dos Estados-Membros da UE”, diz o documento da entidade que representa empresas como Ahold, Amazon Carrefour, Decathlon, H&M, Herbalife, Ikea, Sonae, Tesco e Walgreens, entre outras redes.
A rota comercial do Mar Vermelho através do Canal de Suez é considerada particularmente vital para a Europa, por movimentar 12% do comércio mundial. Os ataques, lembra a EuroCommerce, estão forçando os transportadores a desviarem para rotas alternativas, acrescentando de 2 a 3 semanas adicionais de viagem, além de aumentos substanciais nos custos de combustível, seguros e mão-de-obra.
“Para os comerciantes, o impacto mais relevante diz respeito à incerteza e à impossibilidade de planejar os fluxos comerciais, ainda mais no caso de produtos sazonais ou perecíveis”, diz carta. “Quanto mais tempo as transportadoras forem forçadas a alterar rotas, mais as empresas e, em última análise, os consumidores sofrerão com custos adicionais que se somam aos já elevados custos de vida na Europa”, adverte a associação.
Sobre a ajuda humanitária, o jornal britânico The Guardian relata que carregamentos com ajuda vital para o país da África Oriental estão sofrendo enormes atrasos.
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Desde abril do ano passado, lutas entre facções militares rivais devastaram o Sudão. Metade da população do país, de 48 milhões de habitantes, precisa de ajuda alimentar urgente e quase 8 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, provocando a maior crise de deslocamento interno do mundo.
Além dos desvios de cargas pelo Cabo da Boa Esperança, carregamentos menores de ajuda estão sendo desviados por rotas alternativas que evitem a costa iemenita, passando por países como o Quênia ou pela fronteira egípcia.
“Isso está tornando nossas operações muito caras”, disse Eatizaz Yousif, diretor do Comitê Internacional de Resgate no Sudão. “Remessas que levavam uma ou duas semanas, no máximo, agora levam meses para chegar até nós”, alertou.