Crescimento do Brasil destoa em meio à desaceleração da América Latina, diz Fitch

Agência de classificação de risco diz que economia da América Latina deve avançar 1,7%, com o Brasil liderando crescimento (2,8%); incerteza fiscal impede melhora nos ratings

Estadão Conteúdo

Fábrica da Scania em São Bernardo do Campo (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Fábrica da Scania em São Bernardo do Campo (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

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A Fitch Ratings espera uma desaceleração no crescimento da economia da América Latina, para cerca de 1,7% em 2024, com o Brasil ainda suportando crescimento. O País deve apresentar um crescimento de 2,8% neste ano, destacando-se entre outros países emergentes, segundo Shelly Shetty, diretora-gerente de Títulos Soberanos da Fitch Ratings.

 

“O rating do Brasil é exceção quando vimos certas reformas tomando forma na região”, complementou Shetty. Ela também afirma que as economias na América Latina ainda têm sido impactadas por políticas monetárias contracionistas.

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Em termos fiscais, os desafios seguem aparecendo na região enquanto países tentam estimular suas economias. Mas ela observou que o impulso fiscal na América Latina está sendo menos intenso neste ano, por causa do nível de endividamento na região. “Os maiores países da América Latina terão aumento de dívida/PIB”, estimou

 

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Segundo ela, a consolidação fiscal e a estabilização da dívida podem contribuir para uma ação positiva de rating no Brasil. Contudo, a diretora destacou que o déficit fiscal no Brasil permanece muito elevado e alimentando incertezas.

 

Shetty diz, ainda, que houve “algumas decepções” nas tentativas de medidas de arrecadação do governo, enquanto os gastos do País sobem forte e elevam as incertezas fiscais. Assim, a economia está crescendo em torno de 3%, mas ainda há discussões em torno da “linha de base fiscal”, diz.

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Para a Fitch, a persistência de déficits fiscais colocaria pressão de baixa nos ratings do País. “Precisamos ver progressos das métricas fiscais do Brasil.”