Crescimento da demanda global de petróleo é o mais fraco desde 2020, diz IEA

Segundo a Agência Internacional de Energia, o principal motivo dessa perda de ritmo é a rápida desaceleração da China, onde o consumo caiu pelo quarto mês consecutivo em julho, na comparação anual

Roberto de Lira

Uma bomba de extração de petróleo fora de Almetyevsk, na República do Tartaristão, Rússia  (Foto: Alexander Manzyuk/Reuters)
Uma bomba de extração de petróleo fora de Almetyevsk, na República do Tartaristão, Rússia (Foto: Alexander Manzyuk/Reuters)

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O crescimento da demanda global de petróleo continua em ritmo de desaceleração, com avanço de 800 mil barris por dia no 1º semestre de 2024, o menor volume registrado desde 2020. Segundo o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA) divulgado nesta quinta-feira (12), o principal motivo dessa perda de ritmo é a rápida desaceleração da China, onde o consumo caiu pelo quarto mês consecutivo em julho, na comparação anual.

Fora da China, o crescimento da demanda por petróleo é considerado, na melhor das hipóteses, morno. Os dados mais recentes para os Estados Unidos mostram um declínio acentuado nas entregas de gasolina em junho, após uma força inesperada em maio. O uso de gasolina pelo maior consumidor de petróleo do mundo diminuiu em cinco dos primeiros seis meses deste ano.

Ventos contrários estruturais e crescimento econômico fraco significam que as entregas continuam a contrair em várias economias avançadas. Isso pode deixar o uso de petróleo das economias avançadas este ano quase 2 milhões de barris diários abaixo do nível pré-pandêmico.

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“Com o crescimento da demanda chinesa aparentemente se esgotando e apenas aumentos ou declínios modestos na maioria dos outros países, as tendências atuais reforçam nossa expectativa de que a demanda global se estabilizará até o final desta década”, diz o texto.

A agência manteve as previsões para a demanda global de petróleo praticamente inalteradas, projetando um crescimento de 900.000 barris por dia para este ano e 950.000 barris por dia em 2025, ou menos de 1%.

A oferta mundial do combustível aumentou 80 mil barros por dia, para um total de 103,5 milhões de barris diários em agosto, com interrupções causadas por uma disputa política na Líbia combinada com uma estabilidade na Noruega e no Cazaquistão, que foram compensadas por fluxos mais altos da Guiana, Brasil e outros países.

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Ainda segundo o relatório, os estoques globais de petróleo caíram 47,1 mb em julho. A queda concentrou-se em petróleo bruto, GNL e matérias-primas (-75,5 mb), enquanto os derivados de petróleo atingiram seu nível mais alto desde janeiro de 2021.

Foi comentado que os preços do petróleo caíram em agosto e início de setembro, com os futuros do ICE Brent recuando cerca de US$ 10 por barril, à medida que a demanda chinesa e os ventos contrários econômicos aumentaram os temores de excesso de oferta.

No momento que o relatório foi finalizado, o Brent estava sendo negociado a cerca de US$ 70 por barril, o nível mais baixo desde o final de 2021, com uma queda de US$ 20 por barril em relação à alta de abril de 2024.