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SÃO PAULO – O último 1º de dezembro marcou, oficialmente, um ano da pandemia do novo coronavírus. Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro caso positivo de Covid-19 foi detectado na província de Wuhan, na China. Depois de mais de 72 milhões de infecções pelo mundo, podemos estar próximos do fim da pandemia. Vacinas promissoras contra a Covid-19 estão em aplicação.
Nos últimos dias, Estados Unidos e Reino Unido iniciaram suas campanhas de vacinação, após as agências reguladoras das respectivas nações autorizarem o uso emergencial da vacina desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer, em parceria com a alemã BioNTech. O imunizante Pfizer/BioNTech foi o primeiro a ser aprovado para uso – isso sem contar a vacina russa, do Instituto Gamaleya, que já havia sido aprovada para uso anteriormente pelo governo russo, mas está envolvida em controvérsias. Outras vacinas promissoras ainda precisam ser autorizadas mundo afora.
No Brasil, o Ministério da Saúde apresentou um plano nacional de operacionalização da vacinação contra a Covid-19 na última semana. O plano cita critérios de grupos prioritários e como eles seriam vacinados, além de detalhes sobre orçamento e logística.
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No entanto, em nenhum momento foi informado um prazo para a imunização em massa e nem quais vacinas devem fazer parte do portfólio do ministério. Na última segunda-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o Ministério da Saúde dê uma data para início e para o término do plano nacional de imunização dos brasileiros.
Nesta terça-feira (15), a pasta respondeu ao STF que a vacinação pode começar em cinco dias após a autorização de um imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a entrega das doses. O ministério disse ainda que, a partir do início da vacinação, a população toda deve ser imunizada em um prazo de 16 meses. Mas, ainda assim, a pasta disse que só poderá informar uma data precisa para o início da campanha nacional de vacinação assim que um imunizante for aprovado pela Anvisa, o que ainda não aconteceu.
13 vacinas candidatas, nenhuma aprovada pela Anvisa
O plano apresentado na semana passada pelo Ministério da Saúde aponta 13 “possíveis” imunizantes, todos aqueles que estão na fase 3 de testes ao redor do mundo, que é a última etapa de testes antes da aprovação final.
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No entanto, o documento diz que apenas três dessas vacinas têm algum acordo já firmado com o governo federal: a vacina feita pela parceria entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que já tem previstas 100,4 milhões de doses até julho e 30 milhões de doses por mês a partir disso; a vacina da Pfizer, que tem um memorando assinado com o governo para o fornecimento de 70 milhões de doses ao Brasil; e a terceira vacina viria da iniciativa Covax Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê a entrega de 42,5 milhões de doses ao governo brasileiro, mas ainda sem previsão de data para o início da distribuição, tampouco definição sobre qual vacina do consórcio chegaria aos países participantes primeiro.
Portanto, somando as três frentes, o governo teria, ao todo, 300 milhões de doses já previstas em algum tipo de acordo bilateral.
Apesar de não ter acordo com o governo federal, uma das vacinas mais avançadas entre as 13 possíveis candidatas citadas é a CoronaVac, a grande aposta do governo de São Paulo. Porém, o imunizante, desenvolvido pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, tem sido alvo frequente da disputa política entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o governo federal.
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Vale lembrar que a Anvisa ainda não autorizou o uso de nenhum imunizante no país. Na última quinta-feira (10), contudo, a agência aprovou uma proposta que permite autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, para vacinas contra Covid-19.
Um dado importante é que existe uma lei que pode pressionar a autorização das vacinas pela Anvisa, a chamada “Lei Covid”. A norma prevê que se um imunizante for aprovado por agências reguladoras de países específicos, entre eles Estados Unidos e China, a Anvisa tem um prazo de 72 horas para se manifestar sobre a decisão. Caso contrário, o imunizante é aprovado automaticamente (entenda mais sobre a apelidada “Lei Covid”).
Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que a CoronaVac pode ser aprovada ainda neste ano pela agência de vigilância sanitária da China, abrindo brecha para que o imunizante goze das prerrogativas da “Lei Covid” aqui no Brasil.
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Os resultados de eficácia da CoronaVac, inclusive, seriam apresentados nesta terça-feira (15), mas foram postergados para o próximo dia 23, quando a agência chinesa já deve ter aprovado o seu uso por lá. O movimento foi visto como uma estratégia do governo de João Doria para pressionar o governo federal e a Anvisa pela aprovação, ao usar a autorização do órgão chinês e o amparo na Lei Covid para que a CoronaVac não tenha impedimentos aqui no Brasil.
O InfoMoney preparou um infográfico para que o leitor possa acompanhar em que pé estão as negociações para a aquisição das principais vacinas pelo Ministério da Saúde. Confira:
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