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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (20), Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que a matéria-prima para que o Butantan continue a produção da CoronaVac, vacina desenvolvida pela parceria entre o instituto e a farmacêutica chinesa Sinovac, está pronta desde o começo de janeiro. O governo paulista espera receber a primeira remessa desses insumos até o final deste mês – ou seja, em até dez dias.
A matéria-prima citada por Covas é chamada de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), princípio ativo do imunizante. Para que o Butantan possa continuar a produção das doses, esse material precisa ser enviado pela Sinovac, da China até o Brasil.
“São 5,4 mil litros de insumo, que dão origem a 5 milhões de doses. A nossa expectativa é de chegar até o fim do mês, disse Covas em entrevista coletiva realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. “A segunda remessa, de 5,6 mil litros de insumos, tem previsão de chegar até o dia 10 de fevereiro.”
O diretor explicou ainda que todo o processo do Butantan com as vacinas – recebimento dos insumos, envase das doses e finalização do produto – leva em torno de 20 dias.
Butantan aguarda segundo pedido de uso emergencial
Na última segunda-feira (18), João Doria (PSDB), governador de São Paulo, afirmou que o Instituto Butantan realizou um segundo pedido de uso emergencial para 4,8 milhões de doses da CoronaVac à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Esse pedido difere do expedido pela Anvisa no último domingo (17), quando a agência aprovou o uso de 6 milhões de doses da CoronaVac e da vacina de Oxford/AstraZeneca no Brasil.
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O segundo pedido de uso emergencial se refere as doses que serão produzidas no Instituto Butantan, enquanto o primeiro pedido contemplava apenas doses iniciais, que foram importadas da China.
6 milhões de doses já foram fornecidas. Segundo Covas, existe a possibilidade fornecer ao todo 54 milhões de doses, desde que haja manifestação prévia do Ministério da Saúde. O contrato anterior entre Butantan e Sinovac contemplava um total de 46 milhões de doses.
Atraso na entrega dos insumos
Segundo Covas, o problema do atraso nos insumos é “uma liberação burocrática que envolve o Ministério da Saúde da China, a agência sanitária chinesa e a aduana do país asiático”.
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A explicação sobre o atraso dos insumos é parecida com a que foi dada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também nesta quarta-feira.
Maia informou que os impasses que atrapalham o envio dos insumos ao Brasil não envolvem questões políticas. A fala do presidente da Câmara aconteceu após uma reunião com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Segundo Maia, a reunião foi “positiva.”
“Ele deixou a informação de que, junto com o governo chinês, está trabalhando para acelerar a exportação dos insumos e resolver rapidamente a questão dos trâmites técnicos. Eu senti com clareza que os conflitos políticos não estão dentro desse atraso que ocorreu, que a questão é de fato técnica”, disse Maia em entrevista ao canal GloboNews.
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Em um discurso parecido com o de Maia, Doria exaltou a parceria entre São Paulo e China e disse ter previsões otimistas sobre a entrega dos insumos. O govenador também fez questão de ressaltar que a relação diplomática do estado com o país asiático sempre foi boa, mas que foi fortalecida nos últimos anos, após a gestão de Doria instalar um escritório de representação em Xangai para estreitar os laços entre paulistas e chineses.
Outra ação que aproximou a China de São Paulo, ainda segundo Doria, foi o próprio acordo de transferência de tecnologia e compra das vacinas entre a Sinovac e o Butantan. “Temos dialogado com a embaixada da China, com o consulado da China e com o governo chinês, com o qual mantemos ótimas relações e sempre mantivemos, exatamente para termos a liberação dos novos insumos que o Instituto Butantan já encomendou ao laboratório chinês Sinovac e que estão prontos em Pequim, para serem embarcados para São Paulo”, afirmou Doria durante entrevista coletiva em São José dos Campos (São Paulo).
“E temos boa expectativa. Esperamos que nas próximas 48 horas possamos ter uma posição do governo da China favorável à liberação para a importação dos insumos da vacina do Butantan. E espero que façam o mesmo também com a vacina da Fiocruz”, acrescentou.
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15 mil já foram imunizados no estado
Ainda durante a coletiva, Doria atualizou os números referente à vacinação no estado de São Paulo, que teve início no último domingo, com a vacinação da enfermeira Mônica Calazans no hospital Emílio Ribas, na capital do estado. Segundo o governador, 15 mil profissionais de saúde em São Paulo já receberam a CoronaVac e o estado tem vacinado, em média, um profissional da saúde a cada três minutos.
Para quantificar o número de vacinados, a Secretaria de Comunicação do estado lançou, na última terça-feira (19), a ferramenta digital Vacinômetro. Desenvolvida em parceria com a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), ela permite a qualquer pessoa acompanhar em tempo real o número de vacinados no estado.
O Vacinômetro está disponível no portal do Governo de São Paulo, e, até 15h30 desta quarta-feira, indicava 18.834 vacinados no estado.
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“Diante do quantitativo limitado de doses, o estado priorizou profissionais da saúde, sobretudo médicos e enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva”, informou Jean Gorinchteyn, secretário estadual da saúde. O governo afirmou que a vacinação de quilombolas e indígenas, próximo grupo prioritário a receber as doses, começa neste sábado (23), no Vale do Ribeira (sul do estado de São Paulo).
Ainda segundo a administração estadual, 125 mil vacinas chegarão até amanhã (21) a 75 destinos do estado. Os caminhões, escoltados pela Polícia Militar, estão saindo do Centro de Distribuição de Logística (CDL), localizado na capital paulista. Os novos pontos incluem cidades das regiões de Sorocaba, Vale do Ribeira, Araraquara, São José do Rio Preto, Barretos, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Bauru, Ribeirão Preto e Franca. Na terça-feira (19), remessas foram enviadas para a região de Marília.
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