Copom deixou a porta aberta, mas não cravou corte da Selic em 2020, dizem analistas

Apesar de falta de certezas, analistas projetam um corte de 0,25 p.p. na reunião do início de fevereiro

Rodrigo Tolotti

(Raphael Ribeiro/BCB)
(Raphael Ribeiro/BCB)

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SÃO PAULO – Após cortar a Selic em 0,5 ponto percentual, para 4,5%, o Banco Central manteve aberta a possibilidade para mais uma redução na taxa básica de juros na primeira reunião de 2020, segundo analistas, que apontam também que nada foi definido.

Segundo a equipe da Rosenberg Associados, as projeções feitas pelo BC sobre a inflação mostram um quadro bastante confortável para o indicador, com o dado ficando abaixo da meta em todas as projeções. “Nesse aspecto, confirma-se a perspectiva de mais um corte de 0,25 p.p. para a próxima reunião, no início de fevereiro”, avaliam os economistas.

Por outro lado, eles destacam a mudança na comunicação, que ressaltou a cautela na condução da política monetária.

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“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. O Comitê enfatiza que seus próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, disse o BC em comunicado.

Para os analistas da LCA Consultores, esta mudança no comunicado indica que o Copom não se compromete a estender ou a interromper o ciclo de flexibilização, deixando em aberto a decisão da próxima reunião.

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Apesar disso, eles colocam como cenário base mais um corte de 0,25 p.p. no ano que vem. “Mas as chances de que o ciclo de redução da Selic tenha sido encerrado não são desprezíveis”, alertam.

Já os economistas do Morgan Stanley destacaram o trecho do comunicado em que o Copom diz que a economia está mostrando sinais de recuperação e “ganhou força em relação ao primeiro trimestre de 2019”.

Além disso, eles apontam para as revisões das projeções de inflação, que agora estão em 4,0% para 2019, 3,5% para 2020 e 3,4% para 2021. “Todos os números estão abaixo da meta de inflação, portanto, o Banco Central deve permanecer confortável com um corte adicional na próxima reunião, o que está de acordo com a nossa expectativa”, avalia o Morgan.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.