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BRASÍLIA – Os Estados Unidos aumentaram a pressão sobre governo brasileiro e mostraram disposição para financiar investimentos no setor de telecomunicações desde que o país deixe de fora a empresa chinesa Huawei na implantação de tecnologia 5G.
Falando a jornalistas nesta terça-feira, representantes do governo norte-americano que visitam o Brasil deram ênfase a ofertas financeiras para garantir que a Huawei ficará fora do mercado brasileiro.
O diretor sênior para o Hemisfério Ocidental do Conselho Nacional de Segurança (NSC, na sigla em inglês), Joshua Hodges, afirmou que a China não apoia a liberdade de acesso à informação e que os EUA estão preocupados sobre como o país asiático vai usar os dados e a tecnologia 5G para assuntos de Estado.
“Existem competidores lá fora, estão disponíveis e os Estados Unidos estão dispostos a financiar isso”, disse Hodges. “A preocupação é em como eles (Huawei) vão usar os dados e a tecnologia para benefício do Estado, não para os consumidores.”
O governo de Donald Trump baniu as operações da Huawei nos EUA e pressionam outros países a fazerem o mesmo, alegando que a empresa usa equipamentos para redes de telecomunicações para espionagem pelo governo da China. A Huawei nega as acusações.
A decisão sobre leilão de faixas da tecnologia 5G no Brasil está prevista para 2021 e o presidente Jair Bolsonaro tem enfatizado que a decisão será dele.
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Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, o governo brasileiro ainda está longe de uma decisão. Mas a fonte reconhece que a afinidade do presidente com o Trump o faz considerar banir a Huawei, apesar da pressão das empresas de telecomunicação para que a chinesa seja mantida entre as fornecedoras de equipamento.
Apesar de haver opções, os chineses têm produtos mais avançados e baratos que os de rivais. Os EUA ainda não têm a tecnologia.
Ressaltando que o governo dos EUA respeita a soberania brasileira, a presidente do Eximbank norte-americano, Kimberly Reed, disse que “existem muitos fabricantes de equipamentos de 5G e o Eximbank está disposto a financiar a escolha que o Brasil fizer”, e que há recursos para qualquer investimento no setor.
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Sabrina Teichman, diretora da Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, afirmou que a instituição recebeu mandato do Congresso do país para usar até 20% de seu portfolio de 135 bilhões de dólares para financiar empresas que queiram se associar a empresas americanas. Os recursos são parte de um programa criado especificamente para neutralizar a concorrência da China a produtos americanos.
“Temos financiamento de capital e financiamento de débitos e esses planos estão disponíveis para as empresas brasileiras”, disse. “A China como sabemos tem uma diplomacia de armadilhas”.
Mais cedo, na cúpula virtual da Câmara de Comércio Brasil-EUA, o conselheiro econômico da Casa Branca Larry Kudlow afirmou que o governo norte-americano insistiu com o governo brasileiro para que “olhe com cuidado a China” em relação à tecnologia 5G.