Conta corrente tem superávit de US$ 649 milhões em maio, melhor resultado para o mês desde 2021, diz BC

Estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 32 bilhões em 2023, mas a projeção pode ser atualizada nesta semana

Estadão Conteúdo

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O resultado das transações correntes brasileiro ficou positivo em US$ 649 milhões no mês de maio, informou nesta segunda-feira (26) o Banco Central (BC). Este é melhor desempenho para meses de maio desde 2021, quando o saldo foi positivo em US$ 1,995 bilhão – o maior superávit para o mês da série. Em abril, o resultado tinha ficado deficitário em US$ 1,680 bilhão.

O número da conta corrente em maio ficou abaixo da mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para superávit de US$ 1,450 bilhão. O intervalo ia de déficit de US$ 4,000 bilhões a superávit de US$ 2,050 bilhões.

Pela metodologia do Banco Central, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 9,719 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 3,123 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 5,984 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 307 milhões.

No ano até maio, a conta corrente teve rombo de US$ 12,647 bilhões. Em 12 meses, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 48,545 bilhões, o que representa 2,45% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o menor déficit em proporção do PIB desde março de 2022, quando o índice ficou em 2,43%.

A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 32 bilhões em 2023. A projeção pode ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.

Viagens internacionais

A conta de viagens internacionais registrou déficit de US$ 634 milhões em maio, informou o Banco Central. O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em maio de 2022, o déficit nessa conta foi maior, de US$ 718 milhões.

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O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,201 bilhão. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 567 milhões em maio.

No acumulado do ano, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 2,944 bilhões. No mesmo período do ano passado, o déficit nessa conta foi de US$ 2,784 bilhões.

Remessa de lucros e dividendos

A rubrica de lucros e dividendos do balanço de pagamentos apresentou saldo negativo de US$ 4,606 bilhões em maio, informou o Banco Central. A saída líquida é superior aos US$ 4,209 bilhões que deixaram o Brasil em igual mês de 2022, já descontadas as entradas. O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,397 bilhão em maio, ante gasto de US$ 716 milhões em igual mês de 2022. No ano até maio, o saldo de lucros e dividendos é negativo em US$ 19,047 bilhões e o gasto com juros é de US$ 10,036 bilhões.

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Dívida externa bruta

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em maio é de US$ 323,407 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2022 terminou com uma dívida de US$ 319,634 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 249,528 bilhões em maio, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 73,879 bilhões no quinto mês de 2023.

Investimentos diretos

Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 5,380 bilhões em maio, informou o BC. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 3,969 bilhões. Em abril de 2023, entraram US$ 3,312 bilhões em IDP.

O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, de US$ 7,000 bilhões, com intervalo de US$ 5,700 bilhões a US$ 9,100 bilhões.

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No ano até maio, o fluxo de IDP ficou em US$ 29,693 bilhões. Em 12 meses, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 83,369 bilhões, o que representa 4,21% do Produto Interno Bruto (PIB).

A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 75 bilhões. A projeção pode ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.

Investimento em ações

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 816 milhões em maio, informou o Banco Central. Em igual mês de 2022, o resultado havia sido negativo em US$ 3,053 bilhões.

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Já o investimento líquido em fundos de investimentos no Brasil ficou negativo em US$ 951 milhões em maio. No mesmo mês do ano anterior, ele havia sido positivo em US$ 267 milhões.

O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 2,228 bilhões em maio. No mesmo mês de 2022, havia ficado negativo em US$ 702 milhões.

No acumulado de 2023, o investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 162 milhões, enquanto a saída líquida em fundos de investimento foi de US$ 1,616 bilhão. Em títulos de renda fixa negociados no País, o saldo foi positivo em US$ 1,604 bilhão no ano até maio.

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Taxa de rolagem

O Banco Central informou ainda que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 97% em maio. Esse patamar significa que houve captação de valor em quantidade quase suficiente para rolar compromissos das empresas no período. O resultado ficou acima do verificado em maio de 2022, quando a taxa havia sido de 88%.

De acordo com os números apresentados nesta segunda-feira pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo ficou em 52% em maio. Em igual mês do ano passado, havia sido de 100%. Já os empréstimos diretos atingiram 105% no quinto mês do ano, ante 87% de maio de 2022.

No ano até maio, a taxa de rolagem total ficou em 80%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 65% e os empréstimos diretos, de 82% no período.