Confiança do consumidor cresce em março, mas nível ainda é pessimista, diz FGV

O ICC subiu 1,6 ponto no mês, para 91,3 pontos, após duas quedas consecutivas; alta foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis

Roberto de Lira

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O Índice de Confiança do Consumidor subiu pela primeira vez no ano em março, mas o indicador ainda se encontra num patamar definido como de pessimismo. O ICC avançou 1,6 ponto no mês, para 91,3 pontos, após duas quedas consecutivas, informou nesta sexta-feira (22) a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em médias móveis trimestrais, o índice continuou recuando, agora pelo sexto mês seguido, em 0,6 ponto, para 90,6 pontos.

Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, comentou em nota que a alta em março foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis, que recuou fortemente no mês.

“Esse é o primeiro resultado positivo do ano, elevando o indicador de um nível pessimista para moderadamente pessimista, acima dos 90 pontos. Apesar da melhora no mês, a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios da confiança tem estado atrelado às limitações financeiras das famílias, como sugere a manutenção do indicador de situação financeira atual em níveis historicamente baixos”, afirmou.

Situação atual e expectativas

Em março, a alta da confiança ocorreu tanto nas expectativas em relação aos próximos meses quanto nas avaliações sobre o momento atual. O Índice de Expectativas (IE) avançou em 1,2 ponto, para 99,1 pontos, após acumular queda de 4,6 pontos nos dois últimos meses.

No mesmo sentido, o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 2,1 pontos, para 80,7 pontos, segunda alta consecutiva do índice após iniciar o ano variando negativamente.

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Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para a alta da confiança no mês ao avançar 7,6 pontos, para 100,8 pontos, devolvendo parte da queda do mês anterior de 8,5 pontos.

A alta também foi observada no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia que subiu 4,8 pontos, para 110,6 pontos.

Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado negativo no mês ao recuar 9,2 pontos, para 85,8 pontos, oscilando fortemente nos últimos meses.

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No mês, houve melhora das percepções sobre as finanças pessoais e da economia local, cujos indicadores avançaram em 2,0 e 2,1 pontos para 69,9 e 91,8 pontos, respectivamente.

A alta da confiança, apesar de em diferentes intensidades, ocorre de maneira difusa nas quatro faixas de renda. Consumidores de menor poder aquisitivo (até R$ 2.100,00) apresentam a maior contribuição para a variação positiva das avaliações sobre o momento atual mas se mostram relativamente pessimistas com relação aos próximos meses pelo terceiro mês consecutivo.