Confiança da construção cai em outubro, após três meses de alta, diz FGV/Ibre

Queda do índice no mês foi influenciada tanto pelo indicador de situação atual quanto pelo dado de expectativas

Roberto de Lira

Prédio em construção (Fotos Públicas)
Prédio em construção (Fotos Públicas)

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O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,8 ponto em outubro, para 96,3 pontos, interrompendo uma sequência de alta observada nos três últimos meses, informou nesta quinta-feira (26) o FGV/Ibre. Na média móvel trimestral, no entanto, o índice avançou 0,4 ponto.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, a queda na confiança de outubro foi a maior desde novembro do ano passado e o maior pessimismo no setor foi disseminado em quase todos os segmentos.

“Vale destacar o aumento expressivo das assinalações que apontam a carteira de contratos abaixo do normal na infraestrutura, cenário que os projetos do PAC podem reverter. Ainda assim, as empresas do segmento são as mais otimistas com a demanda dos próximos meses”, disse em nota.

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Para Ana Maria, a piora no mês pode ser um revés pontual, resultado de dificuldades com os negócios em um contexto de mão de obra mais cara e difícil, ou refletir um ritmo aquém do esperado dos novos negócios. “Nos próximos meses será possível confirmar se houve, de fato, essa inflexão do ciclo esperado”, ponderou.

A queda do ICST neste mês foi influenciada tanto pelo Índice de Situação atual (ISA-CST) quanto pelo Índice de Expectativas (IE-CST). O ISA-CST recuou 1,9 ponto, para 94,6 pontos.

Ambos os indicadores que compõem o ISA-CST também registraram quedas: o indicador de situação atual dos negócios cedeu 0,9 ponto, para 93,8 pontos; e o indicador de volume de carteira de contrato caiu 2,8 pontos, para 95,4 pontos.

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Já IE-CST recuou 1,6 ponto, para 98,2 pontos, com as expectativas influenciadas pela queda de 3,7 pontos do indicador de demanda prevista nos próximos três meses, para 98,8 pontos. O indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses subiu 0,5 ponto, para 97,6 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da construção se manteve estável, ao variar -0,1 ponto percentual (p.p.), para 79,3%. O NUCI de mão de obra também variou -0,1 p.p., para 80,6%, enquanto o NUCI de máquinas e equipamentos variou -0,4 p.p., para 72,6%.

Ainda segundo o FGV/Ibre, pelo segundo mês seguido a falta de mão de obra qualificada superou a demanda insuficiente entre os fatores que limitam a melhoria dos negócios. “A questão está assumindo uma dimensão importante, preocupando as empresas e começando a impactar os custos”, avaliou Ana Maria Castelo.

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