SÃO PAULO – Em meio à crise provocada pela pandemia de coronavírus e incentivos fiscais para minimizar seus impactos na economia brasileira, a caderneta de poupança registrou captação líquida de R$ 20,5 bilhões em junho.
Resultado de depósitos de R$ 260,6 bilhões e retiradas de R$ 240 bilhões, o valor é o maior para um mês de junho de toda a série histórica do Banco Central, iniciada em 1995, e representa o quarto mês consecutivo de saldo líquido positivo da poupança.
Com o desempenho do mês passado, no primeiro semestre, a captação líquida correspondeu a R$ 84,4 bilhões – também um recorde histórico para o período.
Por trás do movimento estão as medidas do governo para conter os efeitos da Covid-19, como a instituição de um auxílio emergencial de R$ 600 para brasileiros de baixa renda que sejam trabalhadores autônomos, informais ou microempreendedores individuais, cuja terceira parcela começou a ser paga no fim de junho. Até o momento, cerca de 64,1 milhões de pessoas tiveram o benefício aprovado.
Baixa rentabilidade
Embora o brasileiro esteja deixando mais dinheiro parado na conta poupança, o retorno do produto está cada vez mais baixo, diante de um patamar menor da taxa básica de juros, atualmente em 2,25% ao ano.
Em junho, a poupança rendeu 0,17%, ante variação de 0,21% do CDI, o principal referencial das aplicações de renda fixa. No ano, o rendimento da caderneta chega a 1,38% (ante 1,75% do CDI) e, em 12 meses, a 3,37%, enquanto o CDI tem variação de 4,60%.
Apesar de ser uma aplicação simples, conservadora e isenta de Imposto de Renda, a caderneta concorre com produtos mais atrativos e, inclusive, mais seguros.
É o caso do título publico Tesouro Selic, de fundos DI de baixo custo e até de alguns Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).
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