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PEQUIM (Reuters) – As autoridades da China se comprometeram a apoiar as empresas e os trabalhadores mais afetados pelo impacto das tarifas de três dígitos dos Estados Unidos e pediram que o país se prepare para os piores cenários, informou a mídia estatal nesta sexta-feira.
O Politburo reiterou os planos de acelerar a emissão de dívidas, afrouxar a política monetária e prometeu apoiar os empregadores para proteger os empregos enquanto a China se envolve em uma guerra comercial com os Estados Unidos.
Não houve anúncio de gastos adicionais com déficit além do que foi aprovado em março.
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“Parece que Pequim não está com pressa de lançar um grande estímulo nesta fase. É preciso tempo para monitorar e avaliar o momento e o tamanho do choque comercial”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.
A matéria da mídia estatal Xinhua sobre a reunião desta sexta-feira do Politburo disse que o conjunto de ferramentas deve ser continuamente aperfeiçoado para estabilizar o emprego e a economia, com novas medidas introduzidas em tempo hábil, conforme a evolução das circunstâncias.
A reunião também pediu um planejamento abrangente para os “piores cenários” e medidas concretas para reforçar a economia, disse a Xinhua.
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O país aumentará a proporção dos fundos de seguro-desemprego que podem ser devolvidos às empresas muito afetadas pelas tarifas, em uma tentativa de estabilizar os empregos, de acordo com a matéria.
“Várias medidas devem ser tomadas para ajudar as empresas em dificuldades. (Devemos) fortalecer o apoio financeiro e acelerar a integração das vendas domésticas e do comércio exterior”, informou a Xinhua.
“A reunião do Politburo enfatizou o pensamento ‘básica’ e os planos adequados, mostrando que uma nova rodada de estímulos pode ser menor do que o esperado… a importância dada à estabilização dos empregos é maior do que a estabilização econômica”, disse Xing Zhaopeng, estrategista sênior da China no ANZ.
O país também reduzirá as taxas de juros e de compulsório “de forma oportuna” e desenvolverá o consumo no setor de serviços, de acordo com a Xinhua.
As reuniões do Politburo geralmente definem o tom das políticas em vez de revelar planos de implementação detalhados.
A economia da China cresceu 5,4% no primeiro trimestre, superando as expectativas, mas os mercados temem uma forte desaceleração no ano, já que as tarifas dos EUA representam o maior risco para a segunda maior economia do mundo em décadas.
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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, adotaram um tom mais conciliatório nesta semana, dizendo que as tarifas são insustentáveis e sinalizando abertura para diminuir a tensão da guerra comercial.
Pequim pediu a Washington que removesse as tarifas para criar espaço para conversações e, ao mesmo tempo, concedeu algumas isenções às importações dos EUA de suas contra-tarifas de 125%.
Internamente, o governo prometeu apoiar os exportadores que tentarem transferir suas vendas para o mercado doméstico, no que os analistas consideram uma mensagem política, em vez de uma medida econômica, criada para projetar o orgulho nacional para o público doméstico e mostrar desafio ao governo dos EUA.