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SÃO PAULO – A China informou que uma amostra de frango congelado importado do Brasil testou positivo para o novo coronavírus. O vírus teria sido detectado na quarta-feira (12), na superfície de um lote de asas de frango durante um triagem de alimentos congelados em Shenzhen, no sudeste chinês.
Autoridades de saúde do governo local rastrearam e testaram as pessoas que podem ter entrado em contato com o produto, e todos os resultados deram negativos. Segundo o comunicado, todos os produtos em estoque foram lacrados e também tiveram resultados negativos.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, o frango foi exportado pela marca Aurora via unidade de Xaxim, Santa Catarina. Embora a empresa não tenha confirmado a informação, fontes contatadas pelo jornal explicaram que a contaminação pode ter ocorrido durante o trajeto ou até mesmo já na China e que o vírus não foi identificado na carne em si, mas na embalagem.
Agora, o governo chinês está rastreando produtos da mesma marca que já foram vendidos, e desinfetaram a área onde as asas de frango contaminadas estavam armazenadas.
No Brasil, são mais de 3,1 milhões de casos de coronavírus, o segundo maior número de infectados do mundo depois dos Estados Unidos, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins.
A notícia das asas de frango contaminadas chega um dia depois que o coronavírus foi encontrado na embalagem de camarões importados de outro país sul-americano, o Equador, em um restaurante na província de Anhui, leste da China, durante uma inspeção de rotina, de acordo com a emissora estatal chinesa CCTV.
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Desde julho, houve sete casos em que o vírus foi detectado nas embalagens de produtos importados em todo o país, que geraram preocupações sobre a segurança dos alimentos.
As autoridades sanitárias chinesas pediram para a população ser cautelosa ao comprar carnes e frutos do mar importados. Nas redes sociais chinesas, usuários pediram a suspensão de todas as importações de alimentos congelados, segundo informações do jornal local The Beijing News.
Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que ainda não foi notificado oficialmente pelas autoridades chinesas sobre a ocorrência.
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O Mapa também ressaltou a “inocuidade dos produtos produzidos nos estabelecimentos sob Serviço de Inspeção Federal (SIF), visto que obedecem protocolos rígidos para garantir a saúde pública”.
Não há evidência de transmissão via alimentos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos já afirmaram que a possibilidade de contrair o vírus pela comida é baixa.
A OMS afirma que é “altamente improvável que as pessoas contraiam a Covid-19 em alimentos ou embalagens de alimentos”. De acordo com o CDC, o risco de infecção pelo vírus em produtos alimentícios, embalagens de alimentos ou sacolas é “considerado muito baixo”.
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Ambas as organizações apontam que o coronavírus se espalha principalmente de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala.
Embora seja possível pegar Covid-19 tocando em uma superfície ou objeto – incluindo alimentos ou embalagens de alimentos que contenham o vírus – e, em seguida, tocando sua boca, nariz ou olhos, não se acredita que é a principal maneira como o vírus se espalha.
“Não há evidências até o momento de que os vírus que causam doenças respiratórias sejam transmitidos por alimentos ou suas embalagens. O coronavírus não pode se multiplicar nos alimentos; eles precisam de um hospedeiro animal ou humano”, explica a OMS.
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Liang Zong, diretor do Departamento de Medicina Respiratória do Hospital da China Ocidental da Universidade de Sichuan, disse que esta situação na China “está relacionada principalmente à grave situação da pandemia no exterior e à contaminação relativamente fácil do processamento de frutos do mar congelados.”
Segundo Zong, os produtos de frutos do mar congelados são geralmente armazenados em um ambiente de baixa temperatura. Quanto menor a temperatura do ambiente for, mais tempo o vírus fica armazenado, por isso é mais fácil detectar o novo coronavírus em alimentos congelados ou em suas embalagens, segundo informações do The Beijing News.
Por enquanto, o mundo aguarda a esperada vacina na expectativa de uma retomada mais segura. As atualizações sobre as vacinas são diárias: a recente vacina russa, as promissoras vacinas nos Estados Unidos, e até três candidatas em fase final de testes no Brasil se destacam como possíveis soluções para combater o coronavírus.
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Mas a resposta para quando seremos vacinados ainda segue sendo uma incógnita. E o caminho para chegar até você é longo – para saber mais clique aqui.