Carteira de crédito cresce 0,9% em agosto; concessões sobem 1% no mês

Concessões nominais de crédito subiram para R$ 623,5 bilhões em agosto, impulsionadas pela alta de 1,3% nas operações com pessoas jurídicas; concessões a pessoas físicas recuaram 0,5% no mês

Roberto de Lira

Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)
Moedas de 1 real (Foto: Bruno Domingos/Reuters)

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A carteira total de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu 0,9% em agosto, totalizando R$ 6,1 trilhões, informou nesta sexta-feira o Banco Central do Brasil. Esse desempenho resultou de incrementos mensal de 0,7% nas carteiras de crédito destinadas às empresas, para R$ 2,3 trilhões, e de e de 1,0% na carteira às famílias, para R$ 3,8 trilhões.

Em doze meses, a carteira total de crédito aumentou 10,1% até agosto, perdendo um pouco de força ante os 10,6% contabilizados até julho. Por segmento, consideradas as mesmas bases de comparação, ambas as carteiras de pessoas jurídicas e de pessoas físicas assinalaram menor ritmo de crescimento, com incrementos de 8,0% ante 8,2% e de 11,5% ante 12,2%

As concessões nominais de crédito subiram 1,0% alcançaram R$ 623,5 bilhões em agosto, impulsionadas pela alta mensal de 1,3% nas operações com pessoas jurídicas, enquanto no segmento de pessoas físicas, as concessões recuaram 0,5% no mês.

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Nos doze meses até agosto, as concessões nominais aumentaram 12,0%, com expansões de 12,0% nas operações às empresas e de 12,1%, nas destinadas às famílias.

As concessões médias diárias avançaram 5,6% no mês, com incrementos de 8,6% nas operações com pessoas jurídicas e de 3,2% nas operações com pessoas físicas. Ressalte-se a ocorrência de um dia útil a menos em agosto em relação ao mês anterior.

A taxa média de juros das concessões alcançou 27,7% a.a. em agosto, com queda de 0,1 p.p. no mês e de 2,8 p.p. em doze meses.

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Por segmento, a taxa média de juros no crédito às empresas aumentou 0,1 p.p. no mês e recuou 0,8 p.p. em doze meses, situando-se em 18,5% a.a., enquanto para as famílias, a taxa média atingiu 32,2% a.a., com reduções de 0,2 p.p. no mês e de 3,9 p.p. em doze meses.

O spread bancário, que reflete a diferença entre as taxas médias de juros praticadas nas operações de crédito e o custo de captação, situou-se em 18,5 p.p., assinalando reduções de 0,1 p.p. no mês e de 2,7 p.p. em doze meses.

A taxa média de juros no crédito livre a pessoas físicas alcançou 51,9% a.a., com reduções de 0,2 p.p. no mês e de 5,9 p.p. em doze meses.

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Na variação mensal, o efeito da variação das taxas de juros (efeito taxa) mostrou-se mais significativo que o efeito decorrente de alterações na composição das carteiras (efeito saldo). Nesse contexto, destacaram-se as reduções das taxas médias do crédito pessoal não consignado (-3,8 p.p.) e do crédito o consignado para trabalhadores do setor público (0,1 p.p.).

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 21,8% a.a., apresentando variações de 0,1 p.p. no mês e de -0,6 p.p. em 12 meses.

Inadimplência

Já o percentual de inadimplência da carteira de crédito do SFN, considerados os atrasos superiores a 90 dias, manteve-se estável no mês e recuou 0,3 p.p. em doze meses, situando-se em 3,2%.

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Por segmento, a inadimplência da carteira de crédito ao segmento empresarial situou-se em 2,4%, com alta de 0,1 p.p. no mês e queda de 0,3 p.p. em doze meses. No mesmo sentido, a inadimplência do crédito às famílias subiu 0,1 p.p. e diminuiu 0,2 p.p. em doze meses, situando-se em 3,8%.

O endividamento das famílias alcançou 47,9% em julho, com alta de 0,2 ponto percentual em relação a junho e de -0,2 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda elevou-se em 0,4 p.p. no mês e recuou 0,9 p.p. em doze meses, situando-se em 26,6%.