Campos Neto: na saída da pandemia, sincronia de políticas fiscais perdeu força

Segundo ele, houve na entrada da crise sanitária uma grade sintonia entre a política monetária e a fiscal no mundo interior, mas que na saída da pandemia, essa sincronia ficou mais próxima apenas na política monetária

Roberto de Lira

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto
(Foto: Adriano Machado/Reuters)
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Adriano Machado/Reuters)

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (30), em painel da Expert XP que a pandemia da Covid-19 gerou o maior programa de enfrentamento da história, quando se pensa no esforço fiscal e monetário exigido, mas que parte da sincronia observada se perdeu.

Segundo ele, houve na entrada da crise sanitária uma grade sintonia entre a política monetária e a fiscal no mundo interior, mas que na saída da pandemia, essa sincronia ficou mais próxima apenas na política monetária. “A atual fase é de menos sincronia”, destacou durante a plenária “Política monetária, mercados financeiros e regulação digital no Brasil”..

Para Campos Neto, um tema muito importante associado à pandemia é o grande grau de incerteza em relação à mão de obra, quando o mercado de trabalho permanecendo apertado em grande parte do mundo.

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Ele destacou a mensagem passada pelo presidente do Fed, Jerome Powell no simpósio de Jackson Hole de que vai haver  uma desaceleração na economia global, mas que a convergência da inflação nos Estado Unidos rumo à meta teve avanços recentes .

“O mundo está se preparando para a queda de juros americanos. Pela precificação do mercado, o ciclo pode se iniciar em setembro com queda de 25 pontos ou até maior, dependendo dos dados, como foi reforçado pelo Fed.”

Entre os pontos de atenção para a economia global, ele listou o impacto das eleições americana, que geralmente implicam em promessas de política mais dura de arrecadação, política fiscal mais frouxa e protecionismo grande. “Tudo isso significa mais pressão inflacionária.

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Ele ainda lembrou que, no comércio internacional, as cadeias estão mais fragmentadas, há custo adicional da transição energética, mudança na política monetária no Japão e alto endividamento das economias globais, esse último fato especialmente problemático para os emergentes por elevar o custo de funding.

Esse quadro, segundo Campos Neto, gera um menor espaço tanto para governos como para BCs em adotar política anticíclicas.

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